O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou a disparidade entre os cenários projetados por economistas e operadores de mercado financeiro com relação à intensidade do primeiro corte de juros, que deve ocorrer na próxima semana.
Haddad lembrou que operadores do mercado financeiro esperam corte da Selic superior aos economistas-chefes das instituições. "Há que se fazer uma distinção no mercado financeiro entre os que fazer suas projeções de acordo com fundamentos, e aqueles que têm uma visão mais acadêmica", afirmou. A este último grupo, o ministro creditou uma perspectiva mais conservadora do que o próprio sistema financeiro. As declarações foram feitas ao jornalista Luis Nassif, em entrevista neste sábado, 29.
A pressão por um corte mais ousado no início do ciclo tem respaldo na curva de juros. A estrutura projeta entre 70% a 75% de chance de redução de 0,50 ponto porcentual da Selic na semana que vem. Os departamentos econômicos, contudo, estão mais conservadores. Na pesquisa do Projeções Broadcast, 62 casas veem baixa de 0,25 ponto e 26, de 0,50 ponto.
Haddad pontuou ainda que a necessidade de aprovação da reforma tributária para que haja uma melhora do ambiente econômico, o que traria, em sua visão, uma queda maior da Selic. "Penso que queda da Selic vai ser consistente", projetou.
O ministro disse ainda que o avanço das reformas pode fazer com que o PIB potencial suba e juro neutro, caia.