Investing.com - As ações da Hapvida (BVMF:HAPV3) despencavam na manhã desta quarta-feira, 1º de março, após a companhia reportar uma queda de 56,1% no lucro líquido ajustado no quarto trimestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior.
Às 14h15 (de Brasília), os papéis estavam em queda de 34%, a R$2,92.
O lucro líquido ajustado totalizou R$161,4 milhões no 4T22 com margem líquida de 2,5%. No terceiro trimestre, havia sido de R$ 678,8 milhões, enquanto no mesmo período de 2021 foi de R$ 367,4 milhões. O fluxo de caixa livre foi negativo em R$223,6 milhões.
A companhia teve prejuízo líquido consolidado de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre, revertendo o lucro de R$ 200,2 milhões reportado um ano antes e de R$35,2 milhões nos três meses anteriores.
“Encerramos o ano com cerca de 9 milhões de clientes em planos de saúde e 7 milhões em planos odontológicos. As adições líquidas no trimestre somaram 103 mil beneficiários de saúde e 53 mil clientes em planos odontológicos. O ticket médio, que após ficar praticamente estável por quase 2 anos, apresentou-se numa trajetória de crescimento”, destacou a companhia em release de resultados.
Na visão do Itaú BBA, os resultados foram negativos e vieram piores do que o esperado, principalmente na rentabilidade. De acordo com os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio, o custo por beneficiário manteve tendência de elevação e, ainda que a sazonalidade seja mais fraca do quarto trimestre, a alta do ticket médio não compensou.
“A empresa não conseguiu entregar uma geração de caixa mais forte no trimestre, postergando uma maior desalavancagem financeira no curto prazo”, reforçam. O Itaú BBA manteve, por enquanto, recomendação Outperform para as ações, com preço-alvo de R$7. No entanto, destacou que é necessário um ajuste de preço mais forte para estabilizar o custo por beneficiário, se a empresa quiser demonstrar confiança nos resultados no médio prazo.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) também avaliou o balanço como fraco, com margem EBITDA ajustada de 7,9% abaixo do esperado pelo banco, de 11,4%, com aceleração nas despesas com as vendas.
“As despesas gerais e administrativas recorrentes, por sua vez, atingiram 9,6% das vendas, voltando a nível do 2T22 e corroborando que o valor de 10,5% registrado no 3T22 foi de fato impulsionado pelo efeito não recorrente do acúmulo de maiores salários médicos no 1S22”, relatam os analistas Gustavo Miele e Emerson Vieira.
Os analistas ainda criticaram resultados operacionais fracos em níveis de custos e despesas gerais e administrativas. A geração negativa de fluxo de caixa sofreu com pressão no capital de giro de recebíveis, no entendimento do Goldman Sachs, que possui recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$6.
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