Hermès repassará os custos das tarifas aos clientes dos EUA

Publicado 17.04.2025, 13:27
Atualizado 17.04.2025, 13:30
© Reuters. Loja da Hermès em Paris, Françan14/2/2025 REUTERS/Abdul Saboor/Arquivo

Por Mimosa Spencer e Tassilo Hummel

PARIS (Reuters) - A Hermès (EPA:HRMS) transferirá totalmente o custo das tarifas para seus clientes nos Estados Unidos, disse a empresa nesta quinta-feira, ao divulgar vendas no primeiro trimestre ligeiramente abaixo das expectativas do mercado.

"Vamos compensar totalmente o impacto dessas novas tarifas aumentando nossos preços de venda nos Estados Unidos a partir de 1º de maio, em todas as nossas linhas de negócios", disse o diretor financeiro da companhia, Eric du Halgouet.

Isso se somará aos ajustes regulares de preços que ficaram em torno de 6% e 7% neste ano.

A empresa francesa aposta em seu poder de precificação como uma das marcas de luxo mais exclusivas para adicionar um prêmio a todos os produtos vendidos nos EUA na esteira do anúncio de tarifas comerciais do presidente norte-americano, Donald Trump.

Nos três meses encerrados em março, as vendas da marca, conhecida por suas bolsas Kelly e Birkin vendidas por pelo menos US$10 mil, somaram 4,1 bilhões de euros, um aumento de 7% em moeda constante, abaixo das expectativas de analistas de crescimento anual de 9,8%, de acordo com uma estimativa de consenso da VisibleAlpha citada pelo HSBC.

As vendas da Hermès no primeiro trimestre foram prejudicadas pelos negócios na China, mas ainda foram melhores que as de concorrentes.

No início da semana, o grupo LVMH divulgou uma queda de 5% nas vendas em sua importante divisão de moda e couro, com a Hermès assumindo o lugar como o grupo de luxo com o maior valor de mercado do mundo.

Na visão de analistas do JPMorgan (NYSE:JPM), porém, o desempenho "não correspondeu aos padrões habituais da Hermès".

As ações da empresa recuavam mais de 3% em Paris.

CAUTELA COM EUA

Falando em teleconferência com jornalistas, du Halgouet disse que a empresa ainda não notou nenhuma mudança significativa no comportamento do consumidor nos EUA, onde ainda viu um crescimento de dois dígitos.

"É claro que estamos cautelosos em relação aos Estados Unidos, dadas as discussões e a incerteza geopolítica que, como vocês sabem, causaram muita volatilidade nos mercados financeiros", disse.

O setor de luxo tem contado com os norte-americanos ricos para reacender o crescimento, mas, depois que os anúncios de tarifas de Trump em abril fizeram os mercados de ações e o dólar despencarem, o segmento está se preparando para o que pode ser sua maior queda em anos.

As tarifas norte-americanas poderiam incluir uma taxa de 20% sobre artigos de moda e couro europeus e 31% sobre relógios produzidos na Suíça, se aplicadas integralmente. Na semana passada, Trump suspendeu a maioria de suas tarifas por 90 dias, estabelecendo uma alíquota geral de 10%.

Comentando sobre a China, du Halgouet disse que não viu nenhum sinal significativo de melhora, mas que os esforços do governo para aumentar os gastos foram um sinal positivo.

Na Europa, onde as vendas foram impulsionadas pelos norte-americanos que viajaram, beneficiados pela valorização do dólar no início do ano, as vendas da Hermès cresceram 13,3%. Mas du Halgouet alertou que a tendência positiva pode não perdurar, já que o dólar tem se desvalorizado desde então.

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