Iberdrola compra fatia da Previ na Neoenergia por R$11,9 bi

Publicado 11.09.2025, 07:37
Atualizado 11.09.2025, 10:35
© Reuters.

Por Javi West Larrañaga e Leticia Fucuchima

(Reuters) - A companhia de energia espanhola Iberdrola anunciou nesta quinta-feira que fechou a compra da participação de 30,29% da Previ em sua controlada brasileira Neoenergia por R$11,95 bilhões, ou R$32,50 por ação.

Com a compra da fatia junto ao fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Iberdrola aumenta sua participação a 83,8% na Neoenergia, que atua de forma integrada no setor elétrico brasileiro, com negócios nas áreas de distribuição, geração, transmissão e comercialização de energia.

A transação não dispara "tag along", mecanismo que confere a acionistas direito de participar da venda nas mesmas condições, uma vez que Iberdrola já era controladora.

Em relatório, analistas do BTG Pactual afirmaram que a Iberdrola "tomará seu tempo para decidir estrategicamente sobre seu próximo passo", em referência às dúvidas sobre eventual intenção da Iberdrola de fechar o capital da Neoenergia.

"Considerando a intensidade de investimentos no setor brasileiro e potenciais oportunidades futuras, o acionista controlador pode optar por manter as portas do mercado de capitais brasileiro abertas. O ponto mais importante em relação ao debate sobre o fechamento de capital é que o acionista controlador não precisa se apressar em tomar uma decisão", destacou a equipe do banco.

Segundo o acordo, o fechamento da transação está previsto para o quarto trimestre deste ano, estando sujeito a obtenção de autorização pela agência reguladora Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Para a Iberdrola, o acordo é um novo passo na estratégia de crescimento da elétrica com base no negócio de redes elétricas, no qual a companhia possui 1,4 milhão de quilômetros de linhas nos EUA, Reino Unido, Brasil e Espanha.

Assim como outras "utilities", a empresa espanhola tem se concentrado em investimentos em redes elétricas, buscando retornos estáveis.

A Neoenergia tem grande presença no segmento de distribuição de energia no Brasil, atendendo cerca de 40 milhões de pessoas por meio de suas concessionárias nos Estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco, São Paulo e Mato Grosso do Sul.

A expectativa é de forte aumento dos investimentos em redes nos próximos anos, à medida que cresce a demanda por expansão e resiliência das redes de distribuição e transmissão, em meio à eletrificação da economia.

A Neoenergia também está em processo de renovação de seus contratos de distribuição de energia no Brasil, com o governo federal cobrando maior compromisso das empresas com investimentos para melhorar a qualidade da prestação dos serviços aos consumidores.

Analistas do JP Morgan contrastaram o acordo fechado no Brasil com a decisão da Iberdrola de se desfazer de ativos no México por US$4,2 bilhões. A Iberdrola saiu do México devido a preocupações com a estabilidade jurídica e tributária.

"A empresa fortalece sua posição em um país central e sai de um país onde o potencial de crescimento era questionável", disseram os analistas em nota.

Já a Previ afirmou em comunicado que a operação foi "estratégica" e reforça a solidez do Plano 1, plano de Previdência Complementar dos funcionários do Banco do Brasil admitidos até dezembro de 1997.

O fundo de pensão obteve um ágio de cerca de R$2 bilhões com venda da participação na Neoenergia, já que o ativo estava marcado na carteira por cerca de R$10 bilhões.

João Fukunaga, presidente da Previ, disse em comunicado que o negócio representa o compromisso "com uma gestão responsável, que alia solidez, transparência e foco no futuro dos participantes".

(Reportagem de Javi West Larrañaga e Leticia Fucuchima)

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