Atualizada às 11h07
Por Leandro Manzoni
Investing.com - O circuit breaker foi acionado pela terceira vez na semana no Ibovespa às 10h22 desta quinta-feira (12) na B3, quando despencava 11,65% a 75.247 pontos. O principal índice acionário brasileiro acompanha o aprofundamento do sentimento de aversão ao risco que toma conta nos negócios dos principais índices globais. As negociações foram retomadas às 10h52, mantendo-se a queda em dois dígitos. Às 11h09, o Ibovespa caía 12,07% a 74.895 pontos. Segundo a B3, o próximo circuit breaker pode ser acionado caso o índice atinja queda de 15%.
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O circuit breaker foi acionado com as ações da Azul (SA:AZUL4) lideravam as perdas do Ibovespa, afundando mais de 33% a R$ 20,02 após divulgar prejuízo líquido no 4º trimestre e a alta do dólar impactar nos custos da companhia, além da disseminação do coronavírus impactar negativamente as viagens aéreas. A moeda americana abriu pela primeira vez na história acima dos R$ 5, mas reduziu os ganhos após duas intervenções do Banco Central no mercado à vista. Às 10h30, a moeda era negociada a R$ 4,90.
A intensificação do pessimismo é devido ao anúncio pelo presidente Donald Trump de suspensão por 30 dias de viagens da Europa aos EUA na noite de ontem, sem detalhar medidas de contenção à disseminação de coronavírus pelo país. Em um discurso de 10 minutos na Casa Branca, Trump anunciou medidas fiscais para garantir liquidez às pequenas e médias empresas e às famílias americanas, algo esperado pelo mercado durante o pregão de quarta-feira.
No entanto, o anúncio de suspender viagens da Europa aos EUA por 30 dias contribui para perspectiva de recessão global nos próximos trimestres, após a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou o surto de coronavírus como pandemia.
Em Wall Street, os índice futuros atingiram o limite de baixa nesta manhã pela segunda vez nesta semana. Os e-minis do S&P 500 perdiam 139,25 pontos, ou 5,08%, no limite de queda de 2.601 pontos, indicando quando o índice referencial pode cair quando as negociações abrirem nesta sessão. Os e-minis do Dow perdiam 1.231 pontos, ou 5.22%, e os e-minis do Nasdaq 100 caíam 402 pontos, ou 5.02%.
No petróleo, o contrato futuro WTI despencava 7,37% a US$ 30,55, enquanto o Brent tinha perdas de 7,40% a US$ 33,14. A perspectiva de queda acentuada da demanda pela commodity após anúncio de Trump contribui para as perdas. No lado da oferta, o aumento do estoque nos EUA e o anúncio de Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos de elevar capacidade de produção exacerbam a expectativa de o mundo se inundar de petróleo. Além disso, a ausência dos sauditas em uma reunião técnica no grupo Opep+ - que congrega membros da Opep e não-membros liderados pela Rússia - dissipou a esperança de uma reaproximação entre sauditas e russos por um novo acordo de corte de oferta.
O cenário de guerra de preços e diminuição da demanda por petróleo derrubava os papéis preferenciais da Petrobras (SA:PETR4) em 17,98% a R$ 13. Os papéis ordinários registravam queda de 16,74% a R$ 13,63.
Maiores quedas após Azul
- JBS (SA:JBSS3): - 22,55% a R$ 14,70
- Localiza (SA:RENT3): -22,23% a R$ 30,30
- CVC (SA:CVCB3): -22,04% a R$ 15,00
- Banco do Brasil (SA:BBAS3): -18,96% a R$ 29,20
- Gol (SA:GOLL4): -18,47% a R$ 12,76
- Eletrobras (SA:ELET3): -18,24% a R$ 23,72
- Magazine Luiza (SA:MGLU3): -18,06% a R$ 35,30
*Com Reuters