Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O tom positivo prevalecia na bolsa paulista nesta terça-feira, com o Ibovespa recuperando o patamar dos 96 mil pontos no melhor momento, em meio a expectativas de avanço no andamento da reforma da Previdência e tendo de pano de fundo um viés relativamente benigno em Wall Street.
Às 11:24, o Ibovespa subia 1,31 por cento, a 95.826,23 pontos. Na máxima até o momento, o Ibovespa subiu a 96.088,34 pontos. O volume financeiro somava 3,16 bilhões de reais.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados reúne-se nesta tarde para analisar - e possivelmente votar - novo parecer pela admissibilidade da reforma da Previdência, que deve trazer alterações negociadas com parlamentares nos últimos dias
O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Rogério Marinho, explicou mais cedo que prosseguem as tratativas sobre o texto e que uma definição deve acontecer até meio-dia.
De acordo com reportagens publicadas na imprensa brasileira, entre as mudanças, o governo aceitou retirar da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) o fim do pagamento da multa sobre o FGTS para aposentados e a possibilidade de alterar por projeto de lei a idade da aposentadoria compulsória.
Ainda de acordo com as matérias, a equipe econômica aceitou as mudanças, mas elas não impactam o objetivo do governo de economizar 1,16 trilhão de reais em uma década com a reforma.
A equipe da Ágora Investimentos também cita como mais um componente positivo o noticiário de que caminhoneiros desistiram de nova paralisação após negociações com o governo.
No exterior, as bolsas dos Estados Unidos oscilavam no azul, ajudadas pelo avanço de ações de tecnologia e resultados corporativos animadores de várias empresas, entre elas a Coca-Cola. O S&P 500 subia 0,3 cento. Também o petróleo avançava no mercado externo.
DESTAQUES
- GOL (SA:GOLL4) valorizava-se 5 por cento após declinar 10,8 por cento em abril até a véspera, com agentes financeiros atentos ao envolvimento da área em leilão de ativos da Avianca Brasil, que está em recuperação judicial. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também divulgou que a demanda por voos domésticos no Brasil em março subiu 3,40 por cento, enquanto a oferta aumentou 2,23 por cento.
- CIELO avançava 4,6 por cento, após fechar na mínima desde fevereiro de 2012 na véspera, com papel sendo pressionado pelo aumento da competição no setor de meios de pagamentos. Apenas em abril, a ação acumulava até a segunda-feira perda de 15,5 por cento. A Cielo (SA:CIEL3) divulga balanço após o fechamento do pregão.
- BRF (SA:BRFS3) subia 4,9 por cento, também entre as maiores altas, conforme o setor de proteínas continua beneficiado por perspectivas de aumento de vendas para a China em razão do surto de peste suína africana naquele país. JBS (SA:JBSS3) e MARFRIG (SA:MRFG3) avançavam 3,9 e 2,8 por cento. Minerva (SA:BEEF3) tinha valorização de 4,2 por cento.
- NATURA cedia 1,2 por cento, entre as poucas quedas da sessão, tendo de pano de fundo expectativas relacionadas a uma possível aquisição da Avon pela fabricante brasileira de cosméticos.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) tinha acréscimo de 1,5 por cento, favorecida também pela alta do petróleo no exterior.
- VALE (SA:VALE3) subia 0,9 por cento, destoando do movimento mais fraco de outras mineradoras no exterior.
- ITAÚ UNIBANCO PN avançava 1,5 por cento, com o setor de bancos como todo favorecido pelo tom mais positivo na bolsa, com BRADESCO PN (SA:BBDC4) também em alta de 1,5 por cento, BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) subindo 1,6 por cento e SANTANDER BRASIL com acréscimo de 0,9 por cento.