SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da bolsa brasileira caía nesta quarta-feira, em dia sem grandes catalisadores para os mercados acionários globais, diante da proximidade dos feriados de final de ano e após ganhos firmes na véspera.
Investidores seguem atentos a quaisquer notícias sobre a variante Ômicron, em meio à adoção por países europeus de medidas mais duras para conter o avanço da Covid-19.
Às 10:54, o Ibovespa caía 0,54%, a 104.926,21 pontos. O volume financeiro, que vem sendo aquém da média recente nos últimos dias, era de 2,7 bilhões de reais.
Vale era a principal contribuição negativa para o índice, enquanto BRF (SA:BRFS3) estava na ponta oposta.
O Ibovespa abriu estável, mas ameaçava firmar uma queda no meio da manhã. O movimento ocorreu na sequência de dados macroeconômicos nos Estados Unidos, enquanto o índice ainda é dominado por volatilidade por conta da baixa liquidez.
O Produto Interno Bruto dos EUA cresceu a uma taxa anualizada de 2,3%, informou o Departamento do Comércio dos EUA em sua terceira leitura do crescimento do PIB para os meses de julho a setembro, contra estimativa de 2,1% em pesquisa Reuters, sem revisão. Também foi divulgado índice PCE de preços dos EUA, que cresceu 5,3% no terceiro trimestre.
Os futuros de ações nos EUA operavam em leve baixa, enquanto as bolsas europeias não tinham uma direção clara.
No Brasil, o Orçamento de 2022 foi aprovado no final da terça-feira no Congresso. O texto, que foi para sanção presidencial, destina 4,9 bilhões de reais para o fundo eleitoral e uma reserva de 1,7 bilhão de reais para o reajuste de policiais, além de fixar o valor do salário mínimo em 1.210 reais.
O Mercado também digere dados divulgados pelo Banco Central. O déficit em transações correntes do Brasil foi de 6,522 bilhões de dólares em novembro, pior que o déficit de 6,300 bilhões esperado por analistas em pesquisa Reuters. Já os investimentos diretos no país alcançaram 4,588 bilhões de dólares, ante expectativa de 3,8 bilhões de dólares.
DESTAQUES
- VALE ON (SA:VALE3) caía 1,2%, após queda dos futuros do minério de ferro em Dalian, diante de preocupações com as restrições ligadas à Covid-19 na China e a proximidade da baixa temporada para a atividade de construção naquele país. CSN ON (SA:CSNA3) cedia 1%, USIMINAS PN (SA:USIM5) recuava 2,3% e GERDAU PN (SA:GGBR4) tinha queda de 2%.
- HAPVIDA ON (SA:HAPV3) caía 2,8%, após dizer que o índice de sinistralidade no quarto trimestre pode sofrer impacto de aumento "significativo" de atendimento a pacientes com "sintomas típicos de viroses" nas últimas semanas. Pares do setor, QUALICORP ON (SA:QUAL3) cedia 3,7%, REDE D'OR ON recuava 3,1% e INTERMÉDICA ON tinha queda de 2,1%.
- GRUPO NATURA ON (SA:NTCO3) e CARREFOUR BRASIL ON (SA:CRFB3), caíam 3,7% e 2,6%, respectivamente, e estavam entre outros destaques de baixa.
- GETNET UNIT subia quase 11%, após anunciar juros sobre capital próprio de 298 milhões de reais.
PETROBRAS PN (SA:PETR4) subia e ON operavam perto da estabilidade, em meio a sessão estável do petróleo. PETRORIO ON subia 2,3%, após protocolar a declaração de comercialidade da descoberta de Wahoo e o plano de desenvolvimento em regime de operação exclusiva junto à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
- ALLIAR, que não está no Ibovespa, caía 6,2%, após os acionistas controladores da companhia firmarem contrato para venda de até 62,4 milhões de ações à gestora MAM Asset Management, pelo valor de 20,50 reais cada.