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Ibovespa recua com apreensão sobre real efeito de coronavírus na economia após Fed

Publicado 03.03.2020, 16:48
Atualizado 03.03.2020, 16:53
© Reuters.  Ibovespa recua com apreensão sobre real efeito de coronavírus na economia após Fed
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa voltava a trabalhar no terreno negativo na tarde desta terça-feira, em sessão bastante volátil, marcada por decisão extraordinária do Federal Reserve de cortar os juros dos Estados Unidos em razão do surto de coronavírus, enquanto o chairman do banco central norte-americano alertou que o vírus representa um risco material para as perspectivas econômicas.

Às 16:43, o Ibovespa caía 1,83%, a 104.672,88 pontos. O volume financeiro no pregão somava 26,5 bilhões de reais.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa tocou a máxima da sessão, a 108.803,58 pontos, em alta de 2%, logo após o Fed anunciar corte dos juros em 0,50 ponto percentual, para uma meta de 1,00% a 1,25%, em decisão unânime e seu primeiro corte de juros emergencial desde a crise financeira.

"Os fundamentos da economia dos EUA permanecem fortes. No entanto, o coronavírus apresenta riscos crescentes para a atividade econômica. À luz desses riscos e em apoio ao cumprimento de suas metas de máximo emprego e estabilidade de preços, o Comitê Federal de Mercado Aberto decidiu hoje reduzir a meta" para a taxa de juros, afirmou o Fed em comunicado.

As bolsas em Nova York também reagiram com ganhos à decisão, mas o fôlego arrefeceu na sequência, em meio a comentários do chairman do Fed, Jerome Powell, citando mudança no balanço de riscos e que é necessária uma resposta multifacetada para proteger as economias dos efeitos do vírus, que, segundo ele, não estão aparecendo nos dados ainda.

O coronavírus, que começou na China, se espalhou para mais de 60 países e matou mais de 3 mil pessoas em todo o mundo.

Na visão da equipe do Bank of America, o Fed deve promover outros cortes ainda no custo do dinheiro, sendo o próximo de 0,25 ponto também neste mês, na reunião já agendada para os dias 17 e 18, e outro de 0,25 ponto em abril. "O Fed parece comprometido em antecipar os cortes, agindo de forma agressiva e vigorosa", destacou em nota a clientes.

Participantes do mercado ouvidos pela Reuters chamaram atenção para o timing, pelo fato de o Fed não ter esperado sua reunião neste mês. "O Fed adiantar esse corte, ainda mais tendo reunião em duas semanas, sugere que a situação é bem pior do que parece", afirmou o gestor de uma empresa ligada a previdência complementar com sede no Rio de Janeiro.

Na mínima da sessão, após a fala de Powell, o Ibovespa chegou a 104.404,82 pontos.

Mais cedo, ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais do G7 disseram que usarão todas as ferramentas econômicas apropriadas para alcançar um crescimento forte e sustentável e se proteger contra os riscos negativos do coronavírus.

Investidores tem reagido com fortes vendas nos mercados acionários globais desde o final de fevereiro à rápida disseminação do novo coronavírus para outros países além da China, entre eles os Estados Unidos, em razão de temores sobre o impacto negativo na economia mundial. No Brasil, tal cenário pode minguar uma amplamente aguardada retomada econômica.

O Goldman Sachs cortou nesta terça-feira sua projeção para a expansão do PIB brasileiro em 2020, de 2,2% para 1,5%, bem como de outros países da América Latina, citando expectativa de impacto significativo no crescimento global, um número crescente de infecções por Covid-19 na região e condições financeiras mais difíceis dado o aumento da aversão ao risco e dos prêmios.

A cena política dos Estados Unidos também era monitorada, mais especificamente a "Super Terça", com 14 Estados norte-americanos realizando eleições primárias nesta terça-feira e colocando em jogo um grande número dos delegados que vão definir quem será o candidato democrata a desafiar o presidente republicano Donald Trump em novembro.

DESTAQUES

- BRF ON (SA:BRFS3) caía 6,1%, mesmo após reportar lucro no quarto trimestre, conforme analistas afirmaram que o Ebitda ficou abaixo do esperado. A companhia também anunciou revisão da sua projeção sobre endividamento. Em teleconferência, executivos afirmaram que a margem bruta de 25% no quarto trimestre se comprovou sustentável.

- IRB BRASIL (SA:IRBR3) RE ON recuava 7,45%, na terceira queda seguida, com a cotação marcando mínima intradia em cerca de um ano. O papel segue afetado pelos ruídos relacionados à contabilidade dos resultados da resseguradora, além da renúncia do presidente do conselho de administração divulgada na segunda-feira. Em 2020, o papel já acumula queda de mais de 25%.

- VALE ON (SA:VALE3) cedia 0,22%, contaminada pela deterioração no sentimento de investidores em geral. O Morgan Stanley (NYSE:MS) elevou a recomendação dos papéis da Vale negociados em Nova York para 'overweight', com preço-alvo de 13,5 dólares, defendendo que estão "muito baratos para ignorar". Eles estimam retomada dos dividendos no segundo semestre do ano.

- MRV ON (SA:MRVE3) perdia 5,95%, após divulgar balanço trimestral, com lucro líquido de 151 milhões de reais de outubro a dezembro, uma queda de 5,6% ante mesma etapa de 2018. A receita líquida da companhia no período somou 1,42 bilhão de reais, foi 9,5% menor do que um ano antes. Para o Bradesco BBI, a margem bruta da empresa seguirá pressionada.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuava 2,7% e BRADESCO PN (SA:BBDC4) cedia 3%, também pesando no Ibovespa, com o setor de bancos do Ibovespa como um todo no vermelho nesta sessão.

- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 2,6%, conforme os preços do petróleo também perderam força no mercado internacional, com o Brent fechando em baixa de 0,08%.

- HYPERA ON avançava 2%, renovando cotações recordes, ainda embalada na recepção positiva ao anúncio na véspera da compra de ativos latino-americanos da japonesa Takeda Pharmaceutical por 825 milhões de dólares, maior aquisição da história da farmacêutica brasileira. Na segunda-feira, os papéis fecharam em alta de 16,6%.

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