Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A elevada liquidez prevaleceu mais uma vez nesta sexta-feira nos mercados internacionais, inclusive na B3 (SA:B3SA3), cujo principal índice bateu nova máxima de fechamento, com as compras de ações desta vez concentradas em ações ligadas ao mercado doméstico.
O destaque corporativo do dia foi o anúncio de que as empresas de saúde Hapvida (SA:HAPV3) e Notre Dame Intermédica (SA:GNDI3) negociam uma fusão, o que provocou a disparada das ações de ambas.
A expectativa de manutenção de política monetária frouxa por logo período e notícias numerosas sobre vacinas contra Covid-19 e seus esperados impactos positivos na economia mundial foram de novo os motes para investidores seguirem comprando ações.
Assim, mesmo com movimentos pontuais sobre ações de bancos e de empresas de commodities, que estão entre as mais importantes do Ibovespa, o índice subiu 2,2%, para fechar em 125.076,63 pontos, renovando o recorde de fechamento pelo segundo dia. Na primeira semana de 2021, o indicador teve alta de 6,8%. O giro financeiro da sessão somou 42,9 bilhões de reais.
Para o sócio e economista-chefe do banco digital modalmais, Alvaro Bandeira, as campanhas de vacinação contra Covid-19 e a expectativa de novos estímulos monetários seguem municiando o apetite por ativos de risco aumenta.
No entanto, com o Ibovespa superando a marca de 125 mil pontos, os riscos em relação ao mercado brasileiro crescem, considerando o frágil cenário fiscal do país e um ambiente político que põe em dúvida o avanço de reformas no Congresso.
"O Ibovespa pode não desabar no curto prazo porque o fluxo, especialmente estrangeiro, tem seguido forte, mas os fundamentos para justificarem novas altas ficam limitadas a um universo menor de ações", disse Bandeira.
Em relatórios, estrategistas observaram que no curto prazo as atenções do mercado devem se concentrar no noticiário sobre combate à pandemia. As mais importantes desta sexta-feira foram as de que a Anvisa recebeu de Fiocruz e Instituto Butantan pedidos para uso emergencial de vacina que desenvolvem com parceiros internacionais.
DESTAQUES
- MRV (SA:MRVE3) capitaneou a escalada do setor imobiliário na B3, com um salto de 6,9%, segundo seguida por Cyrela (SA:CYRE3), que avançou 4,8%, Gafisa (SA:GFSA3), com avanço de 3,7%. Rossi (SA:RSID3), de menor liquidez e fora do índice, foi ainda mais longe, disparando 30,9%.
- HAPVIDA escalou 17,7%, de longe a líder no setor de saúde, após notícia de que a companhia estaria negociando uma fusão com a rival NOTRE DAME INTERMÉDICA, esta com avanço de 26,6%.
- B2W (SA:BTOW3) foi o carro-chefe do Ibovespa no varejo, com valorização de cerca de 7%. LOJAS RENNER veio a seguir, tendo apreciação de 5,8%. LOJAS AMERICANAS ganhou 2,98%.
- VALE (SA:VALE3), caindo 0,3%, ilustrou o movimento de realização de lucros que abateu as ações de empresas de metais. USIMINAS (SA:USIM5) recuou 0,5%, mas CSN (SA:CSNA3) subiu 0,6% e GERDAU (SA:GGBR4) teve baixa de 1,5%.
- BRADESCO teve queda de 0,9%, com o embolso de ganhos também atingindo o setor bancário. SANTANDER BRASIL perdeu 1,1%.