Por Nina Chestney
LONDRES (Reuters) - A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira um plano setorial para que governos estimulem o crescimento econômico e reduzam emissões de carbono que exigiria um investimento anual de 1 trilhão de dólares pelos próximos três anos.
Em estudo realizado em conjunto com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a IEA disse que a implementação de tecnologias de energia limpa pode ser acelerada com uma integração entre políticas energéticas e as respostas governamentais à crise econômica causada pela pandemia do coronavírus.
O investimento global em energia caminha para despencar 20% neste ano, segundo projeções da própria IEA. No ano passado, o setor empregava cerca de 40 milhões de pessoas mundialmente, mas 3 milhões dessas vagas foram fechadas ou estão sob risco devido à pandemia de Covid-19.
O plano de recuperação sustentável da IEA é baseado em avaliações de mais de 30 medidas específicas de políticas energéticas e abrange seis setores --eletricidade, transporte, indústria, construção, combustíveis e tecnologias emergentes de baixo teor de carbono.
A IEA disse que o plano poderia impulsionar o crescimento econômico global em uma média de 1,1 ponto percentual por ano entre 2021 e 2023.
A agência afirmou também que a iniciativa salvaria ou criaria 9 milhões de empregos por ano, além de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 4,5 bilhões de toneladas até a conclusão do plano.
Seria necessário um investimento global anual de 1 trilhão de dólares pelos próximos três anos para que as metas fossem atingidas --o valor equivale a cerca de 0,7% do produto interno bruto (PIB) mundial.
"Os formuladores de políticas estão tendo que tomar decisões extremamente importantes em um espaço de tempo muito curto, enquanto elaboram pacotes de estímulo", disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
"O plano não pretende dizer aos governos o que eles devem fazer. Ele procura mostrar o que eles podem fazer", acrescentou.