XANGAI (Reuters) - As importações chinesas de minério de ferro e carvão caíram drasticamente em agosto, ante o mês anterior, em meio abrandamento da demanda e oferta abundante, com a rápida queda dos preços deixando de atiçar o apetite do maior comprador do mundo dessas commodities.
A redução rápida da demanda chinesa impulsionaram os preços globais de minério de ferro para mínimas de cinco anos e os preços do carvão locais para seu ponto mais baixo em seis anos, com os analistas advertindo que as perspectivas de embarques para o país continuam difíceis diante do abrandamento econômico e excesso de oferta.
No entanto, entregas de cobre estáveis e um segundo ganho mensal dos embarques de petróleo bruto foram pontos positivos em um dilúvio de dados divulgados na segunda-feira, com uma recuperação das importações do metal vermelho sugerindo que o pior da tempestade relacionada a uma suspeita de fraude de financiamento no porto de Qingdao pode ter passado.
Importações de carvão pela China, que responde por cerca de um quarto do comércio mundial do produto, caíram pelo segundo mês para 18,86 milhões de toneladas em agosto, de acordo com dados oficiais da Administração Geral das Alfândegas da China. Esse foi o número mais baixo desde setembro de 2012.
O consumo de carvão da China tem sido atingido por uma combinação de crescimento econômico mais lento, aumento da produção de energia hidrelétrica e luta do governo contra a poluição, levando os preços locais a caírem para mínima de seis anos.
Já as importações de minério de ferro em agosto diminuíram pouco mais de 9 por cento em relação ao mês anterior para atingir uma mínima de dois meses, a 74,88 milhões de toneladas, com o enfraquecimento da demanda por aço somando-se a um amplo crescimento da oferta.
As importações de petróleo bruto da China se recuperaram de declínios de dois meses para marcar 6,13 milhões de barris por dia em agosto, alta de 9,5 por cento ante um ano atrás.
O aumento foi em parte impulsionado pelo retorno da refinaria Lanzhou da PetroChina, após uma reforma, bem como robusta demanda por gasolina durante a temporada de férias de verão, disseram analistas.
As importações de cobre estabilizaram-se após três meses de declínio, inalteradas ante julho, em 340 mil toneladas.
(Por Fayen Wong)