Por Giuseppe Fonte e Gavin Jones e Giselda Vagnoni
ROMA (Reuters) - Os principais investidores da Telecom Italia estão discutindo uma reformulação na empresa, segundo o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi.
A Telecom Italia fez uma série de alertas sobre seus resultados neste ano, o que levou à saída do presidente-executivo Luigi Gubitosi, uma semana após o fundo norte-americano KKR enviar uma oferta de aquisição que avalia a companhia em 33 bilhões de euros (37 bilhões de dólares), incluindo dívida.
Draghi afirmou a repórteres, em uma tradicional coletiva de imprensa de fim de ano, que ainda não está claro o que acontece com a Telecom Italia.
“A situação está evoluindo, há uma oferta pública de aquisição que precisa ser anunciada, mas cujas características não são claras, há negociações entre CDP (investidor estatal), Vivendi (PA:VIV) e outros acionistas da Telecom Italia”, disse Draghi.
A Vivendi, principal acionista da Telecom Italia com uma participação de quase 24%, afirmou que a oferta do KKR não avalia adequadamente a Telecom Italia.
Fontes disseram que a Vivendi está tentando explorar um projeto alternativo e buscando um acordo com a CDP, o segundo maior acionista da Telecom Italia, com uma participação de 10%.
"O governo quer proteger três coisas em uma reestruturação da Telecom Italia: empregos, sua infraestrutura, ou seja, a rede de telefonia fixa do grupo e ... sua tecnologia de primeira linha", disse o primeiro-ministro.
Tanto os projetos da KKR e como os da Vivendi envolvem a separação dos ativos de infraestrutura da Telecom Italia de seu braço de serviços.
O governo anterior tentou separar os ativos de infraestrutura da Telecom Italia para criar uma única rede ultrarrápida em toda a Itália, mas o projeto foi paralisado.
Existem novas ideias (sobre como proceder) todas as semanas, mas a linha do governo será ditada pela necessidade de proteger esses três aspectos, disse Draghi.
As ações da Telecom Italia subiram 2,5% após os comentários de Draghi. Depois da renúncia de Gubitosi, a Telecom Italia promoveu o executivo sênior Pietro Labriola a diretor geral e disse que tentará nomear um novo presidente o mais rápido possível.
A proposta de aquisição de 37 bilhões de dólares da KKR está condicionada ao apoio do conselho da empresa e do governo da Itália.
(Reportagem de Gavin Jones, Giuseppe Fonte e Giselda Vagnoni; redação de Valentina Za; edição de Edmund Blair)