Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da manhã desta quarta-feira, as ações do IRB Brasil (SA:IRBR3) Re operam com forte queda, depois que a analistas do Credit Suisse cortaram a recomendação para as ações para 'underperform', de 'neutra' anteriormente, bem como reduziram o preço-alvo para os papéis a R$ 7,50, de acordo com relatório a clientes.
Por volta das 11h05, as ações do IRB lideravam as perdas do Ibovespa, ao ceder 6,55% a R$ 10,29. O principal índice acionário brasileiro registrava alta de 1,55% a 96.527 pontos.
O novo preço-alvo estabelecido pela equipe liderada por Marcelo Telles está 31% abaixo do preço de fechamento da véspera de R$ 11. O preço-alvo anterior do CS era de R$ 43.
Os analistas do banco disseram que a resseguradora tem um retorno sobre patrimônio líquido significativamente menor do que o esperado, de 13%, acentuadamente menor que estimativas anteriores de 37%.
"Após considerar os resultados do primeiro trimestre e a reapresentação dos dados dos anos anteriores - que evidenciaram a rentabilidade recorrente substancialmente mais baixa do IRB - e levando em consideração o próximo aumento potencial de patrimônio para ajudar a fechar a lacuna de liquidez, agora esperamos que o ROE sustentável do IRB seja de 13% (de 37% anteriormente)", afirmou a equipe do CS.
Na leitura do BTG Pactual (SA:BPAC11), ainda há muito a digerir, uma vez que os números foram divulgados muito tarde e não em um formato fácil de usar (sem press release). Embora os ajustes anteriores não tenham sido tão ruins quanto se temia - o lucro líquido GAAP restabelecido em 2019 ainda indica um ROE de 32% (não necessariamente o ROE recorrente), o que é muito forte, a visibilidade no "novo normal" ainda é ruim.
Além disso, as ações subiram recentemente e são negociadas em um rico 3,2x 1T20 P/BV. Dito isto, a equipe segue cautelosa, pelo menos até poder falar com a administração e ajustar as estimativas (e números anteriores).
Capitalização
O Estado de S. Paulo informa na edição desta quarta-feira, que os sócios do ressegurador, Itaú Unibanco e Bradesco (SA:BBDC4) devem acompanhar o reforço de capital de até R$ 2,3 bilhões na companhia.
Essa operação, que foi aprovada na semana passada em reunião do recém-empossado conselho de administração, é parte do esforço do IRB, para adequar seus ativos sob o aspecto regulatório e ainda dar uma sinalização um pouco mais concreta de confiança ao mercado em meio à grave crise de credibilidade que atravessa.