Por Gabriel Codas
Investing.com - Na parte da tarde desta quarta-feira as ações do IRB Brasil (SA:IRBR3) operam com forte queda, repetindo assim a tendência da véspera, quando perdeu mais de 15%. O mercado ainda reage ao relatório divulgado ontem pelo UBS BB (SA:BBAS3), dando conta que o ressegurador ainda que venha tentando superar seus problemas de governança com mudanças administrativas e revisões contábeis, ainda vai levar um tempo até que a empresa se reconstrua e recupere sua credibilidade. Assim, o banco rebaixou a recomendação para Venda para as ações da resseguradora, com preço-alvo de R$ 4,60.
Por volta das 15h30, os papéis recuavam 6,14% a R$ 6,73, com a mínima em R$ 6,36 e máxima de R$ 7,06, com volume negociado em R$ 877,82 milhões. O Ibovespa avançava 0,40% a 95.989 pontos.
O banco acredita que irá demorar para a empresa retomar sua lucratividade e espera que o ritmo de crescimento de prêmio desacelere, visto que a nova gestão tem focado em lucratividade. Além disso, o UBS aponta que as margens devem ser impactadas por um índice de sinistralidade mais alto combinado a uma abordagem mais conservadora para as provisões. Impactam ainda as taxas de juros baixas.
Outros fatores que devem continuar a pressionar os sinistros no curto prazo, na análise do UBS, são o foco da gestão anterior em crescimento, o impacto do câmbio, relatórios de sinistros mais rápidos do que o esperado
Esclarecimentos
O IRB em ofício enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) respondeu ao um questionamento da autarquia, acerca do elevado volume de negócios e quantidade de ações negociadas da companhia entre o final de setembro e os primeiros dias de outubro. O objetivo era esclarecer se havia algum fato de conhecimento da companhia que justificasse tal movimento.
Entre os possíveis motivos apresentados estão a recomendação do UBS BB, além do plano de regularização de liquidez junto à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) foi formalmente aprovado pela referida autarquia e vem sendo cumprido, mediante as operações já estruturadas em curso, visando o reenquadramento regulatório da companhia.
O IRB apontou ainda a solvência da companhia em 30 de junho de 2020 foi de 101%, após a operação de capitalização, ficou no patamar de 244%, estando, portanto, a sua saúde econômico-financeira no mais alto nível do mercado global de resseguros. A companhia não planeja realizar nenhuma chamada de capital além da ocorrida, em agosto, no montante de R$ 2,3 bilhões.