O mercado brasileiro ganhou peso na composição da arrecadação com resseguros pelo IRB (BVMF:IRBR3) Re no ano passado. Os resseguros aceitos no Brasil responderam por 76% do total, contra 68% em 2022. O mercado internacional, por outro lado, recuou de 32% para 24%.
A mudança de composição é fruto da estratégia do IRB de reduzir a exposição a boa parte dos negócios lá fora, considerados mais arriscados e difíceis de rentabilizar que os do Brasil. Essa estratégia é parte do plano mais amplo do ressegurador de "limpar" a carteira, com o encerramento de contratos que não são rentáveis.
No quarto trimestre do ano passado, o prêmio arrecadado pelo IRB no Brasil cresceu 4,9% em relação ao mesmo intervalo de 2022, para R$ 1,305 bilhão. O prêmio emitido no exterior, por outro lado, caiu 50,4%, para R$ 270,3 milhões.
O segmento que teve o maior aumento na arrecadação foi o de Vida no Brasil, em que o prêmio emitido teve um salto de 221,8% entre o quarto trimestre de 2022 e o mesmo intervalo do ano passado, para R$ 383 milhões. Também houve alta no resseguro patrimonial no País, que cresceu 19%, para R$ 537,5 milhões.
No mercado internacional, quase todos os segmentos tiveram queda na arrecadação na mesma base comparativa. A maior delas foi no segmento de aviação, que recuou 99,4%.
Solvência
O índice de solvência do IRB Re era de 146% no quarto trimestre de 2023, um aumento de 45 pontos porcentuais (pp) em relação ao mesmo intervalo de 2022, de acordo com a empresa.
Segundo o IRB, a suficiência somava R$ 533,9 milhões em dezembro. Ou seja: o patrimônio líquido da companhia excedia em mais de meio bilhão as possíveis obrigações com os resseguros aceitos. Já a cobertura de provisões técnicas era de R$ 438 milhões, contra R$ 332 milhões no mesmo trimestre de 2022.
O crescimento dos dois indicadores é fruto da virada operacional da empresa, que voltou a dar lucro em trimestres recentes e que tem assumido menos riscos no mercado de resseguros. A suficiência de patrimônio indica, entre outras coisas, a capacidade de o ressegurador crescer nos meses seguintes.
"Iniciamos 2023 com índice de solvência de 101% e encerramos com 146%, com a geração de resultados do negócio. Trabalhamos para produzir resultados sustentáveis, no longo prazo", afirma em nota o CEO do IRB, Marcos Falcão. "É claro que, entre os meses e os trimestres, pode haver uma volatilidade inerente ao negócio. Mas temos confiança que continuaremos evoluindo trimestre a trimestre."