Por Yuka Obayashi e Ritsuko Shimizu
TÓQUIO (Reuters) - A forte demanda global ajudou a limitar o impacto sobre a Nippon Steel das novas taxas de importação dos Estados Unidos, mas a maior fabricante de metais do Japão segue preocupada que barreiras comerciais de Washington possa levar a um excesso de oferta na Ásia, um mercado muito maior para a empresa.
O Japão está entre os 10 maiores exportadores de aço para os Estados Unidos, que em março impuseram tarifa de 25 por cento sobre importações de aço, tentando conter as compras da China.
"Não houve grande impacto das tarifas dos EUA graças à sólida demanda global", disse o vice-presidente executivo da Nippon Steel, Katsuhiro Miyamoto, à Reuters em uma entrevista na semana passada.
A Nippon Steel, cujas cargas de aço nos EUA respondem por 4 por cento de suas exportações totais, viu mais de 90 por cento de seus clientes continuarem comprando seus produtos mesmo após as tarifas serem impostas, porque são produtos especializados, como trilhos e tubos sem costura, Miyamoto disse.
As exportações de aço do Japão para os EUA subiram 13 por cento em abril em relação ao mesmo período do ano passado, após terem caído 40 por cento em março, mostraram dados preliminares do comércio do Japão nesta segunda-feira.
As unidades norte-americanas da Nippon Steel, que têm capacidade de produção combinada de 7,1 milhões de toneladas, se beneficiaram de preços locais mais fortes, acrescentou.
"Mas estamos observando de perto onde estão indo os produtos que foram excluídos dos EUA, pois eles poderiam prejudicar o mercado asiático se vierem para esta área", disse ele. Cerca de 70 por cento das exportações da Nippon Steel vão para a Ásia.
As pesadas tarifas de aço dos EUA podem tornar o Sudeste Asiático o novo terreno de caça para os exportadores globais, disseram autoridades do setor e operadores, criando um excesso que pode reduzir os preços e levar alguns produtores a fechar.
(Por Yuka Obayashi e Ritsuko Shimizu)