Bitcoin testa paciência dos investidores em meio à cautela e liquidez reduzida
(Reuters) - Analistas do JPMorgan reduziram suas previsões para Assaí e cortaram a recomendação das ações do varejista para "underweight" ante "neutra", para refletir o que acreditam ser um final de 2025 e um ano de 2026 mais desafiadores do que o esperado em termos de crescimento da receita.
"Observamos uma deterioração constante nas tendências de vendas dos varejistas alimentares nos últimos meses", afirmaram Joseph Giordano e equipe em relatório enviado a clientes nesta quarta-feira, também cortando o preço-alvo dos papéis de R$11,50 para R$8,50.
Eles acrescentam que a esperada desaceleração da inflação dos alimentos até meados de 2026 deve resultar em um cenário de preços desafiador, justamente quando o setor está tendo dificuldades para crescer em volume em meio a fortes movimentos de "trade-down" e resposta limitada de consumidores a promoções.
"Isso torna difícil prever uma recuperação significativa de volume com o arrefecimento da inflação. Com isso, vemos risco de que as vendas nas mesmas lojas (SSS na sigla em inglês) se tornem negativas no primeiro semestre de 2026, o que deve limitar os ganhos de margem, mesmo diante de iniciativas de eficiência."
Eles ponderaram que, apesar de atrasada e em ritmo mais lento do que o esperado, a empresa deve naturalmente reduzir sua alavancagem com o tempo. Mas, desconsiderando alavancas pontuais de capital de giro no curto prazo, veem risco para a meta de alavancagem em 2025, com poucas melhorias esperadas para 2026.
Giordano e equipe também continuam a ver os níveis atuais de alavancagem como restritivos e que devem impedir uma aceleração mais relevante da expansão, além de limitar o espaço para promoções em um mercado altamente competitivo.
Para 2025, os analistas do JPMorgan agora estimam receita líquida de R$77,353 bilhões, de R$79,146 bilhões antes, e Ebitda ajustado de R$5,946 bilhões, de R$6,066 bilhões antes. Para a margem bruta, reduziram a previsão de 16,8% para 16,7%, enquanto a margem Ebitda ajustada permaneceu em 7,7%.
A estimativa para a receita em 2026 passou de R$84,734 bilhões para R$79,150 bilhões, enquanto a do Ebitda ajustado caiu de R$6,524 bilhões para R$5,939 bilhões. O prognóstico para a margem bruta seguiu em 16,7%, mas o da margem Ebitda ajustado passou de 7,7% para 7,5%.
Por volta de 12h25, as ações do Assaí perdiam 4,84%, a R$8,06, entre os piores desempenhos do Ibovespa, que subia 0,44%.
(Por Paula Arend Laier, edição Michael Susin)