Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda nesta terça-feira, em torno de 3,70 reais, influenciado pelo ambiente de maior busca pelo risco no exterior e após nova pesquisa eleitoral consolidar o cenário de ampla vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa à Presidência da República.
Às 11:59, o dólar recuava 0,83 por cento, a 3,7031 reais na venda, depois de ter alcançado na mínima 3,6922 reais. O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,9 por cento.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em baixa de 1,18 por cento, a 3,7342 reais.
"O Ibope deu praticamente como certa a eleição de Bolsonaro e agora o dólar testa o suporte de 3,70 reais", afirmou o sócio da assessoria de investimentos Criteria Investimentos, Vitor Miziara.
"Passada a eleição, poderemos ver um fluxo de venda no dólar, mas com menor volume, já que os investidores começam a colocar nos preços a expectativa pelo plano do novo governo, principalmente reforma da Previdência", acrescentou.
Na noite de segunda-feira, o levantamento do Ibope mostrou que Bolsonaro tem 59 por cento dos votos válidos, contra 41 por cento de Fernando Haddad (PT), repetindo o quadro apontado na véspera em pesquisa encomendada pelo BTG Pactual (SA:BPAC11).
A preferência do mercado financeiro por Bolsonaro é apoiada no seu coordenador econômico, o economista liberal Paulo Guedes, e a expectativa é de que eles imponham uma agenda de reformas, corte de gastos e ajuste fiscal.
"Outra medição que vem chamando a atenção é a rejeição de Haddad, a qual tem superado a do candidato do PSL em praticamente todos os estudos para o segundo turno....(e) ajuda a alavancar apostas de que dificilmente o PT 'virará o jogo' até o dia 28", escreveu o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado, em relatório.
"Com esse estudo consolidando – mas não fortalecendo – a leitura otimista de investidores, o mercado tende a manter a resiliência de ativos locais, mas sem deixar de observar o clima no exterior", acrescentou.
No exterior, a terça-feira é marcada pela busca por ativos de maior risco, o que faz o dólar perder força ante as divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
A moeda tinha ainda leve baixa ante a cesta de moedas, permanecendo perto das mínimas de 3 semanas, após dados fracos dos Estados Unidos aliviarem a pressão sobre um banco central norte-americano mais hawkish na política de aumento dos juros.
O Banco Central ofertou e vendeu integralmente nesta sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares. Desta forma, rolou 4,235 bilhões de dólares do total de 8,027 bilhões de dólares que vence em novembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.