Investing.com – A CSU Digital (BVMF:CSUD3), empresa de soluções tecnológicas para meios de pagamento, experiência do cliente e fidelização, reportou no segundo trimestre deste ano um lucro líquido com expansão anual de 15,8%, alcançando R$20,486 milhões. Frente aos primeiros três meses do ano, o indicador subiu 1,4%.
A companhia oferece serviços relacionados a cartões, Pix, criptomoedas e transferências em múltiplas interfaces de forma integral ou parcial. A receita líquida dessas e demais atividades atingiu R$129,356 milhões no 2T23, uma redução de 1,1% em relação a igual intervalo do ano passado e de 2,6% no trimestre.
O Ebitda totalizou R$43,105 milhões, uma variação positiva de 3,2% na base anual e negativa em 1% na trimestral. A margem líquida da empresa foi de 15,8%, acima dos 13,5% do segundo trimestre do ano passado e dos 15,2% do período entre janeiro e março de 2023.
Segundo Pedro Alvarenga, diretor de RI da CSU Digital, o destaque ficou por conta da CSU Pays, segmento que agora possui participação de 65% do total da receita da companhia.
Confira a entrevista com Pedro Alvarenga:
Investing.com – No segundo trimestre, a CSU reportou lucro superior a R$20,5 milhões, número quase 16% superior ao mesmo período do ano anterior. O que motivou a expansão?
Pedro Alvarenga – O grande resumo desse trimestre, na verdade, é sobre um período marcado por sólidos resultados operacionais e financeiros, inclusive com novos recordes estabelecidos. O grande destaque, há bastante tempo, até pela própria essência da companhia - que atua com infraestrutura tecnológica - acaba sendo a CSU Pays, unidade voltada para serviços financeiros de meios de pagamento. A companhia concluiu o desenvolvimento de novas soluções que fortalecem seu modelo full service. Por meio de uma arquitetura sistêmica totalmente modular, chamada de CSU Switcher, a CSU passa a processar todo e qualquer tipo de transação financeira (pagamentos via cartão, pagamentos instantâneos, criptomoedas, transferências, contas digitais, marketplace de compras, fidelidade, entre outros) e o mais importante, sendo a única empresa a operar de forma 100% agnóstica no mercado.
A CSU faz parte de uma indústria que passou por uma revolução bastante grande nos últimos anos e que ganha novos produtos todos os dias, seja no próprio cartão, com soluções de wallets, whatsapp, ou em outros arranjos de pagamentos, como é o caso do Pix, por exemplo. E a gente, como líder desse mercado, buscou se manter na dianteira dessa indústria. A empresa, ao longo dos últimos quatro anos, investiu bastante na ampliação das soluções, nos tornando a única plataforma que é 100% agnóstica, multiprodutos (cartões, pagamentos instantâneos , contas digitais, transferências, marketplace de compras, loyalty), multimoedas (moeda escritural, moeda digital regulada, moeda digital não regulada), multibandeiras (Visa, Master, Elo, Amex), multicanal (atendimento híbrido e ominichannel), garantindo uma experiência sem atritos.
Então se você quer fazer um Pix, quer fazer um Pix parcelado, contratar um crédito, fazer uma transferência, através de contas digitais, somos capazes de entregar o pacote completo e com uma grande vantagem em relação à concorrência.
Inv.com – Em dezembro, a companhia anunciou expansão para os Estados Unidos. Como vem sendo a estratégia de expansão nesse novo mercado?
Alvarenga – Estamos vendo um esforço muito grande dos bancos centrais, assim como das companhias, de que haja soluções totalmente integradas, independentemente de onde você esteja, e mais do que somente integrada, elas precisam ser muito ágeis. Instantaneidade é o nome do jogo. Para isso acontecer, é preciso ter uma atuação em outros lugares.
Então hoje esse movimento ainda é muito embrionário para a gente, basicamente para atender os nossos clientes daqui que estão no Brasil mas que ou já operam ou que desejam operar fora. Temos um escritório que fica em Miami, um time comercial pequenininho já está pré-estabelecido e a gente tem um executivo na área de produtos, que está fazendo toda essa essa adaptação da plataforma daqui para lá.
Inv.com – Como avalia a atual política de distribuição de proventos, há alguma possibilidade de mudança ou outro recado/mensagem que gostaria de deixar para o investidor?
Alvarenga – Lucro e caixa andam muito em consonância na companhia. O que a empresa consegue performar em termos de resultado acaba se traduzindo muito diretamente para geração operacional de caixa da companhia. Nesse ano, novamente, a empresa está apresentando uma alta geração de caixa, só nesse semestre foram R$74 milhões, o que garante que continuemos investindo de forma material, em novas tecnologias, esse é o nosso business. Estamos acumulando caixa, gerando muito resultado, minha dívida financeira com os bancos é praticamente imaterial. Venho utilizando essa geração adicional de caixa para fazer esses pagamentos e ainda assim eu tenho capacidade de distribuir um bom montante de proventos seja por meio de dividendos ou juros sobre o capital próprio para os nossos acionistas. Então, na verdade, a gente sim mudou a nossa prática. A empresa melhorou essa prática para os acionistas, porque agora estamos declarando e pagando trimestralmente esses proventos. Até o ano passado, a gente declarava todo o trimestre e só pagava no início do ano seguinte. Uma geração de caixa tão positiva permite cada uma dessas etapas e antecipar esse pagamento. Então neste ano, a companhia todo trimestre declara e paga.
Somente em 2023, foram R$12,5 milhões já declarados e pagos. Nos últimos dois anos a gente vem praticando um valor de 50% de payout. Então mais ou menos metade do lucro a gente está devolvendo para o acionista. Estamos bem confiantes que vamos continuar gerando cada vez muito mais resultado e mais caixa, o que vai permitir dar continuidade a esse fluxo.
Nossa distribuição vai ficar em torno de 30% porque é só juros sobre capital próprio. É muito comum a companhia, no início do ano seguinte, realizar a distribuição de dividendo de fato, quando chegamos a 50% de payout. Então a tendência é que a gente se aproxime desses 50% novamente, assim como foram nos últimos dois últimos anos.