Lula se reúne com Shell para tratar de projeto de gás natural

Publicado 28.08.2025, 09:07
Lula se reúne com Shell para tratar de projeto de gás natural

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta 4ª feira (27.ago.2025), com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e com o diretor executivo do Grupo Shell, Wael Sawam, no Palácio do Planalto para falar dos investimentos da Shell em projetos de gás natural.

O motivo do encontro foi tratar do Projeto Gato do Mato, um dos empreendimentos do pré-sal brasileiro, localizado na Bacia de Santos, a cerca de 200 km da costa do Rio de Janeiro. É um campo de gás-condensado em águas ultraprofundas, com profundidade que varia entre 1.750 e 2.050 metros.

O consórcio responsável é formado por Shell, operadora com 50% de participação, Ecopetrol (30%), TotalEnergies (20%) e pela PPSA (10%), que representa a União.

Em março de 2025, a Shell aprovou a decisão final de investimento que viabilizou o início da fase de desenvolvimento do campo. O projeto conta com a instalação de um FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência) capaz de produzir até 120 mil barris de petróleo por dia. Os volumes recuperáveis são estimados em cerca de 370 milhões de barris de óleo equivalente.

A previsão é que o Gato do Mato inicie a produção em 2029. Em um primeiro momento, o gás natural extraído será reinjetado no reservatório para manter a pressão e aumentar a eficiência na recuperação do petróleo. A Shell já afirmou que planeja levar gás natural do projeto para a costa brasileira.

A reunião faz parte das reuniões institucionais anuais que o governo Lula realiza com a Shell para compartilhar um pouco da visão global da multinacional sobre o setor de energia, segundo apurou o Poder360.

LULA E O GÁS

  • Lula tem dito que o preço elevado do gás, especialmente para a indústria e o setor residencial, é um problema que o governo quer resolver aumentando a oferta. Em julho de 2024, afirmou que ampliaria a exploração de gás natural –com prioridade da Petrobras– para oferecer aos empresários brasileiros um preço competitivo em comparação com o restante do mundo
  • O presidente também já afirmou que a diferença entre o preço de venda da Petrobras e o valor que chega ao consumidor final é um “absurdo”. Em maio de 2025, falou que o botijão é vendido por cerca de R$ 37 à distribuidora e chega a custar entre R$ 120 e R$ 140 à população, o que considera injusto.
  • O presidente se reuniu com ministros, Petrobras, Banco do Brasil e BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na 4ª feira (20.ago) no Palácio da Alvorada para pedir avanço das negociações do novo Gás para Todos. De acordo com o projeto que está em discussão no governo, a ideia é que a União fixe um preço de referência para a revenda de GLP nos Estados. Será utilizada a média ou mediana dos preços naquela unidade da federação.

ENCONTROS ANTERIORES

Lula se reuniu com o representante da Shell outras duas vezes durante seu 3º mandato, em:

13.fev.2023 – Brasília – Foi o 1º mês do 3º mandato de Lula. A agenda envolvia estreitar relações institucionais entre estatais brasileiras e grandes empresas globais para impulsionar a transição energética.

Estavam presentes:

  • Lula;
  • Alexandre Silveira;
  • Jean Paul Prates, ex-presidente da Petrobras; e
  • Wael Sawam.

23.set.2024 – Nova York – A reunião estava fora da agenda oficial do presidente no dia, e o tema foi levantado por repórteres na coletiva oficial do Planalto em NY. À época, Lula disse que o interesse da Shell de explorar petróleo na Margem Equatorial do Brasil não irá sobrepor a prioridade da estatal na região. O presidente voltou a afirmar que parcerias com a Shell não se contrapõem à “agenda verde” do governo.

A repercussão dentro do governo não foi positiva, como mostrou o Poder360.

Estavam presentes:

  • Lula;
  • Wael Sawam;
  • Cristiano Pinto da Costa, presidente da Shell Brasil;
  • Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
  • Mauro Vieira, ministro de Relações Exteriores;
  • Celso Amorim, assessor especial da Presidência da República;
  • Sérgio Danese, representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas; e
  • Audo Faleiro, assessor adjunto da Presidência da República.

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