Por Gabriel Codas
Investing.com - A temporada de balanços do segundo trimestre do ano continua na tarde desta segunda-feira com a divulgação dos resultados do Magazine Luiza (SA:MGLU3), depois do fechamento dos mercados. A estimativa é que a companhia registre prejuízo, sofrendo impacto causado pela pandemia da covid-19.
Por volta das 15h30, os ativos tinham perdas de 2,15% a R$ 80,00, um desempenho um pouco menos pior que o do Ibovespa no momento. O principal índice acionário brasileiro recuava 2,38% a 98.939 pontos, com mínima em 98.622 pontos.
O consenso de mercado aponta para um prejuízo líquido da varejista de R$ 0,12, sendo que um ano antes o resultado foi positivo em R$ 0,08, contra uma estimativa de R$ 0,07. Já nos três primeiros meses de 2020, o lucro foi de R$ 0,02, abaixo dos R$ 0,03 esperados.
Para as receitas, a mediana dos analistas aponta para um total de R$ 5,14 bilhões, um crescimento em relação aos R$ 4,12 bilhões do mesmo trimestre de 2020, mas abaixo dos R$ 5,23 bilhões registrados entre os meses de janeiro e março deste ano.
A XP Investimentos destaca que o setor de varejo tem sido um dos mais impactados pela crise desencadeada pelo coronavírus. A corretora espera resultados mistos para as empresas de cobertura, impactados principalmente pelo período de quarentena no segundo trimestre de 2020.
Empresas com sólida operação de e-commerce e/ou avançada estrutura multicanal, como o Magazine Luiza, devem ser os destaques positivos para o 2T20. Apesar de algumas delas ainda terem sido parcialmente impactadas pelo fechamento das lojas físicas, a equipe espera apresente uma aceleração de vendas online.
Assim, os analistas esperam que Magalu tenha a operação de varejo físico negativamente impactada pelo fechamento temporário das lojas, mas com o e-commerce acelerando de maneira relevante.
No varejo físico, eles estimam uma queda de vendas no conceito mesmas lojas de -61% A/A (vs. 0,3% no 2T19 e -4,5% no 1T20). Por outro lado, a aposta é que a operação online mostre uma forte expansão de vendas totais (GMV) de +155% A/A considerando a aquisição da Netshoes (NYSE:NETS) (ou +116% ex-Netshoes).
A aceleração deve ser impulsionada pelo sólido crescimento de +103% A/A para vendas de estoque próprio (1P) e de +153% A/A no marketplace (3P). Todavia, a corretora espera uma pressão na rentabilidade, com contração de margem EBITDA de -7,0p.p. A/A no trimestre, negativamente afetada pela contração de margem bruta de -3,5p.p A/A no trimestre e desalavancagem operacional.
Por fim, a equipe contra que a companhia tenha apresentado um prejuízo líquido de R$70 milhões no período.
Para o BTG Pactual (SA:BPAC11), a companhia deve ter prejuízo de R$ 154 milhões, com receitas de R$ 5,551 bilhões, fazendo com que as projeções sejam mais pessimistas que o consenso. Já o Ebitda deve ficar negativo em R$ 77 milhões, com margem também negativa em -1%.