Marisa tem 1º lucro trimestral desde 2021 com melhora operacional e efeito tributário

Publicado 31.03.2025, 20:04
Atualizado 31.03.2025, 20:05
© Marisa

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - A Marisa teve lucro líquido de R$5,8 milhões nos últimos três meses do ano passado, encerrando uma sequência de 12 trimestres de prejuízos consecutivos, resultado de uma reestruturação profunda na companhia que se intensificou no segundo semestre de 2024.

"Foram seis meses basicamente de trabalho para ajustar a despesa, melhora receita, portfólio, reposicionar o negócio... A Marisa está mais forte hoje, mais rentável", afirmou o presidente-executivo da rede de varejo de moda, Edson Garcia, que assumiu o posto cerca de um ano atrás.

No período, a companhia redefiniu público-alvo (classe C), normalizou a cadeia de fornecedores e ajustou o sortimento de produtos, disse o executivo.

E para 2025 Garcia citou que o cenário é mais desafiador do ponto de vista macro, com juros e inflação em patamares ainda elevados, além da perspectiva de desaceleração da economia, mas que a empresa vai buscar aumentar sua participação de mercado.

No ano passado, entre as mudanças, a Marisa retomou o foco para mulheres da classe C e suas famílias, renegociou dívidas com fornecedores e quitou obrigações, ampliou o portfólio de produtos, reformulou o layout das lojas e adotou um novo modelo de planejamento e abastecimento. Em 2024, a companhia também recebeu R$622 milhões dos acionistas.

Para este ano, o plano é estabilizar a operação. "Tem muito foco em tudo que a gente construiu, ter consistência na execução", afirmou Garcia em entrevista à Reuters, descartando eventual expansão do parque de lojas, que somaram 234 unidades em 2024, de 243 um ano antes.. "Devemos falar (sobre expansão) daqui a uns dois anos, talvez. Nesse momento, não".

A Marisa reduziu significativamente os investimentos em 2024, para R$4,4 milhões, de R$15,7 milhões um ano antes, redirecionando os recursos financeiros para a quitação de dívidas com fornecedores e para a reestruturação de lojas e áreas administrativas. No quarto trimestre, houve uma queda de 64% no investimento, para R$800 mil.

O lucro de R$5,8 milhões, após prejuízo de R$112 milhões no quarto trimestre de 2023, também foi ajudado pela contabilização não recorrente de créditos tributários, o que ajudou a linha "outras receitas (despesas) operacionais", que teve um resultado líquido positivo de R$43,9 milhões, contra um desempenho negativo de R$64,4 milhões um ano antes.

 

DE GARCIA PARA ACIONISTAS, UMA NOVA MARISA

De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira, a receita líquida no quarto trimestre cresceu 13% ano a ano, para R$468,4 milhões, com expansão de 19% nas vendas mesmas lojas. Na base trimestral, a receita aumentou quase 34%. As despesas com vendas, gerais e administrativas, caíram 23% ano a ano, com um declínio de quase 42% nas despesas gerais e administrativas.

A margem bruta da companhia no período de outubro a dezembro caiu 3 pontos percentuais em relação ao mesmo período de 2023, para 53%, reflexo do aumento dos custos das vendas de mercadorias e dos serviços financeiros (+21%). Em relação ao trimestre imediatamente anterior, contudo, houve uma melhora de 7 pontos nessa linha do balanço.

"Houve um reposicionamento de todo do negócio. Eu pressionei um pouco mais as margens quando eu entrei, porque eu tinha um posicionamento de produto e preço, uma cadeia de fornecimento, e quando eu comecei a trazer para um posicionamento mais adequado, naturalmente, eu tinha já o estoque dentro de casa e eu precisava ajustar", explicou Garcia.

"Para 2025, as margens estão estabilizadas", afirmou, acrescentando que, em relação a 2024, devem ser melhores.

O resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado (pós-IFRS16) totalizou R$120,2 milhões no quarto trimestre, revertendo o resultado negativo de R$55,3 milhões um ano antes. A margem nessa métrica ficou em 26%.

A dívida líquida no final do ano passado somava R$29,7 milhões, ante R$117,5 milhões no mesmo período de 2023, em desempenho apoiado pelo aporte de capital dos acionistas. A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado anual ficou em 0,2 vez.

"É um trabalho que só começou...tem muita coisa pra fazer, muito ajuste de rota, mas muitas oportunidades", reforçou o executivo.

Questionado sobre um resultado com sinal positivo para todo o ano de 2025, Garcia afirmou que "se conseguirmos implementar tudo o que a gente está planejando, vamos ter um ano muito bom...Temos uma nova história de Marisa".

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