Ao tratar de riscos reputacionais relacionados a seu negócio, o Nubank (BVMF:NUBR33) afirma que a área de gestão de recursos da fintech foi alvo de "publicidade negativa" e "especulações" em janeiro deste ano. Embora a fintech não dê maiores detalhes, é possível inferir que essas especulações estão relacionadas à recuperação judicial da Americanas (BVMF:AMER3).
Em janeiro, cotistas de um fundo de renda fixa gerido pela asset do Nubank tiveram retorno negativo por causa da aplicação do fundo em debêntures da Americanas, que era de cerca de 1% do patrimônio. Os títulos desvalorizaram após a varejista informar um rombo contábil de R$ 20 bilhões, que a levaria a pedir recuperação judicial naquele mesmo mês.
"Mais recentemente, também fomos alvos de publicidade negativa e de especulações de mercado em torno de nossas atividades relacionadas à gestão de recursos em janeiro de 2023", diz o Nubank no formulário 20F, enviado à SEC, a CVM americana, nesta quinta-feira. "Esta e qualquer futura publicidade negativa poderiam afetar nossa reputação e causar rupturas no negócio."
A gestora do Nubank não foi a única que aplicou em debêntures da Americanas: outras casas de mercado com estratégias que envolviam crédito privado fizeram o mesmo. Até revelar o rombo contábil, a varejista tinha alta nota de crédito nas principais agências de avaliação de risco.