CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - A empreiteira brasileira Odebrecht, investigada por pagamentos de centenas de milhões em propinas em vários países na América Latina, se retirou de uma licitação para a construção de uma ponte sobre o Canal do Panamá, informou na segunda-feira o presidente do país da América Central.
Na semana passada, procuradores do Panamá disseram ter acusado 17 pessoas, incluindo diversos empresários e ex-autoridades do governo, por lavagem de dinheiro em um caso de corrupção contra a Odebrecht. Procuradores ainda não divulgaram os nomes das pessoas envolvidas.
O presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, anunciou em publicação no Twitter a retirada da Odebrecht da licitação. A empresa não respondeu de imediato a pedidos de comentários.
A Odebrecht está no centro de um crescente escândalo de corrupção na América Latina derivado da operação Lava Jato, e assumiu ter distribuído centenas de milhões de dólares em propinas pela região.
A empresa se tornou uma das mais importantes contratadas do governo do ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli, e concordou neste mês em pagar 59 milhões de dólares em reparações por propinas pagas no Panamá para ganhar concessões entre 2010 e 2014.
Martinelli, que mora nos Estados Unidos, também está sob investigação por corrupção.
O governo panamenho anunciou no mês passado que iria cancelar um contrato concedido à empreiteira brasileira para construir uma usina hidrelétrica de 1 bilhão de dólares e buscaria excluir a empresa de licitações, como a ponte do Canal do Panamá e uma linha de metrô, enquanto a investigação está ocorrendo.
Atualmente, a Odebrecht está realizando diversos projetos no país avaliados em mais de 3,3 bilhões de dólares, incluindo a expansão do aeroporto da Cidade do Panamá e a construção de outra linha de metrô.
(Reportagem de Elida Moreno)