SÃO PAULO (Reuters) - Pesquisa mensal do BofAML Data Analytcs com gestores mostra piora nas expectativas para o Ibovespa, embora o viés com o Brasil persista positivo, com a maioria trabalhando com a aprovação de uma reforma da Previdência neste trimestre que resulte em economia de 900 bilhões de reais em dez anos.
A parcela dos entrevistados que enxerga o Ibovespa acima dos 110 mil pontos até o final do ano caiu para 59%, ante 87% no levantamento anterior, e apenas 29% planejam aumentar sua alocação em ações, o menor nível desde agosto de 2018, contra 40% na pesquisa conhecida em julho e média histórica de 36%.
Às 16h11, o Ibovespa subia 1,54%, a 103.481,73 pontos.
Com o andamento da reforma da Previdência, investidores agora querem ver crescimento mais forte e outras reformas, mostrou a pesquisa. Ainda assim, no caso específico do Brasil, 71% veem as ações mostrando melhor desempenho nos próximos seis meses que outros ativos, como moeda e bônus locais.
Diante da escalada na guerra comercial na semana passada, o cenário macro global voltou para os holofotes, conforme apurou a pesquisa, com 46% dos entrevistados afirmando que o embate comercial EUA-China é o maior risco para a América Latina. Na sequência, aparecem China e commodities (27%).
A pesquisa mostra os gestores levemente menos positivos com o real, com 66% trabalhando com uma cotação do dólar a 3,80 reais no final do ano, contra 84% na pesquisa anterior. Aumentou a parcela que vê a divisa entre 3,81 e 4 reais. No caso da Selic, 44% veem a taxa em 5,5% ou abaixo, contra 23% em julho. A Selic está atualmente em 6%.
A pesquisa foi realizada entre 2 e 8 de agosto, com a participação de um total de 41 painelistas com aproximadamente 78 bilhões de dólares em ativos sob gestão.
(Por Paula Arend Laier)