(Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) e a norueguesa Statoil anunciaram nesta terça-feira um acordo para aprofundar parcerias visando futuros leilões de áreas de exploração de petróleo, em momento em que a endividada companhia brasileira enfrenta restrições de recursos.
O acordo ocorre após a estatal ter anunciado em julho venda para a Statoil de participação no bloco exploratório BM-S-8, onde está a promissora área do pré-sal de Carcará, por 2,5 bilhões de dólares.
Segundo a Petrobras, o memorando de entendimento desta terça-feira dá continuidade à parceria que as empresas já têm no Brasil e no exterior.
"Os resultados que já alcançamos nas nossas parcerias na área de exploração são prova de que a Petrobras é capaz de manter seus interesses estratégicos ao mesmo tempo em que encontra formas de contornar as evidentes restrições de capital nesse momento", disse o presidente da Petrobras, Pedro Parente, em comunicado.
Atualmente, a Petrobras e a Statoil estão consorciadas em 13 blocos, em fase exploração ou de produção, sendo dez no Brasil e três no exterior.
Outro ponto do memorando será o esforço conjunto para potencializar as competências técnicas das empresas, com o objetivo de elevar os volumes de óleo recuperável em campos maduros que já estão em operação nas bacias de Campos e Santos.
"Estamos avançando numa parceria estratégica que será vantajosa para as duas empresas. A Statoil tem índices bastante elevados de recuperação de óleo em seus campos em produção, por exemplo, e nós teremos acesso a essa tecnologia por meio de um parceiro, com ganhos evidentes para os dois lados", disse Parente.
As duas companhias, que têm uma posição relevante na produção atual e futura de gás no Brasil, pretendem fazer um amplo diagnóstico do mercado de gás no país, segundo o acordo.
O objetivo será otimizar o aproveitamento do gás, incluindo infraestrutura e sua monetização, podendo ainda considerar investimentos conjuntos em projetos de escoamento e processamento, inclusive com a atração de novos parceiros.
O memorando não tem cláusulas vinculantes, mas indica a intenção das duas empresas em trabalhar conjuntamente, em um horizonte de dois anos, para viabilizar esses projetos, acrescentou comunicado da Petrobras.
Os valores envolvidos dependerão das negociações que serão feitas a partir da assinatura do documento.
(Por Roberto Samora; com reportagem adicional de Stine Jacobsen, em Stavanger)