Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - A Petrobras (BVMF:PETR4) divulgou o seu relatório de Produção e Vendas referentes ao segundo trimestre de 2022 na noite desta quinta-feira, 21, e hoje as suas ações reagem de forma levemente positiva. Os números indicaram uma redução na produção de petróleo, mas avanço na participação da empresa em derivados.
Às 12h19, as ações ON da Petrobras subiam 1,05%, a R$ 31,92, e as PN ganhavam 0,76%, a R$ 29,24. No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,36%, a 99.387 pontos.
Do ponto de vista dos analistas, os dados da Petrobras não trouxeram nenhuma surpresa. Os números teriam um impacto neutro, segundo relatórios obtidos pelo Investing.com Brasil da Guide Investimentos, XP (BVMF:XPBR31) e Itaú BBA, sendo que este último analisa os resultados de forma um pouco mais positiva.
A produção de petróleo no Brasil foi de 2.114 Kboed, uma queda de 5,1% sobre o 2T21, principalmente devido ao início dos Contratos de Partilha de Produção pelos volumes excedentes da cessão onerosa de Atapu e Sépia e paradas para manutenção. A participação do petróleo brasileiro no pré-sal aumentou 1 b.p. no trimestre, em 76%.
As vendas de derivados aumentaram 1% no trimestre, explicada principalmente pela sazonalidade, aumento nas vendas de diesel e GLP e parcialmente compensada por menores vendas de gasolina e óleo combustível para termelétricas e pelo avanço da oferta de etanol.
Para a XP, o avanço da participação da Petrobras em derivados do petróleo está relacionado com a política de precificação da estatal, que utiliza a paridade de importação com defasagem temporal. Segundo dados da ANP, no 2T22, o market share da estatal para importação de Diesel foi de 44%, ante 50% no 2T21, e de 48% para Gasolina, ante 15% no 2T21.
Já a Guide Investimentos afirma que a perda de participação da gasolina nos dados operacionais da Petrobras já era esperada, em virtude do aumento da oferta de etanol em relação ao trimestre passado. A plataforma de investimentos também afirma que a queda na produção não deve afetar a meta do ano da companhia.
A taxa média de utilização das refinarias no trimestre foi de 89%, cerca de 1,7% acima do resultado do 2T21, mesmo com o desinvestimento da RLAM no fim do ano passado, que representava cerca de 13% da capacidade de processamento total do parque de refino, destaca a Guide.
Com base nesses resultados, a XP acredita que a Petrobras apresentará um 2T22 sólido no seu balanço, que será divulgado no dia 28 de julho. O Ebitda ajustado estimado é de US$ 16 bilhões, um avanço de 8% sobre o 1T22. Além disso, o Itaú BBA acredita que o uso das refinarias, combinado com fortes margens de refino, provavelmente impulsionará os resultados do downstream da Petrobras.