(Reuters) - Há mais de vinte interessados na primeira fase do programa de venda de refinarias da Petrobras (SA:PETR4), iniciada em junho, com a oferta de quatro unidades, afirmou nesta terça-feira o presidente da petroleira estatal, Roberto Castello Branco, ao participar de audiência em comissão no Senado.
Nessa primeira fase, a Petrobras planeja vender as refinarias Rnest, em Pernambuco; Rlam, na Bahia; Repar, no Paraná; e Refap, no Rio Grande do Sul, assim como seus ativos logísticos correspondentes.
Outras quatro refinarias serão efetivamente colocadas à venda no próximo mês, segundo o executivo, como parte de um amplo plano de desinvestimentos da empresa que prevê a alienação de oito unidades de refino no total, que representam metade da capacidade de refino do país.
"Com respeito às quatro primeiras, eu lhes digo que há um grande interesse. Nós temos assinatura de acordos de não divulgação de informações com um número que supera duas dezenas de interessados", afirmou o executivo, ao participar de audiência da Comissão de Infraestrutura do Senado para discutir privatizações em curso pela empresa.
Em julho, a empresa iniciou fase não vinculante referente a essa etapa, quando informou que os potenciais compradores habilitados receberiam um memorando descritivo contendo informações mais detalhadas sobre os ativos em questão, além de instruções.
O executivo ressaltou que um plano anterior de venda de refinarias, lançado na gestão anterior da Petrobras, que não obteve sucesso, atraiu apenas cinco interessados, o que incluía a BR Distribuidora (SA:BRDT3) , empresa de combustíveis privatizada recentemente pela Petrobras.
Dessa vez, Castello Branco ressaltou que a BR não está participando do processo de venda.
Atualmente, a Petrobras detém quase 100% da capacidade de refino do Brasil, ou 1,1 milhão de barris de petróleo por dia. Caso o plano de venda de oito refinarias seja bem sucedido, a Petrobras ficará apenas com metade dessa capacidade, concentrada no Sudeste.
Anteriormente, ele afirmou que a venda das refinarias poderia resultar em 15 bilhões de dólares para a Petrobras.
Dessa forma, o executivo reiterou aos senadores, durante a audiência, que a empresa não está saindo completamente do refino. "Nós estamos concentrando nosso portfólio naquelas refinarias que nós achamos que são mais interessantes após uma avaliação criteriosa", afirmou.
Castello Branco também ressaltou que o planejamento estratégico da empresa prevê no longo prazo integrar atividades de refino com petroquímica.
Atualmente, porém, ele ponderou que a empresa não está interessada em petroquímica, uma vez que os preços de matéria-prima não estão atrativos.
(Por Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)