PFG abre portas para US Foods em meio à pressão de investidor ativista

Investing.com - A Performance Food Group Co (NYSE:PFGC) firmou um acordo de compartilhamento de informações com a US Foods Holding Corp (NYSE:USFD), uma mudança que ocorre apenas semanas após o investidor ativista Sachem Head pressionar a empresa a explorar uma potencial fusão e nomear quatro diretores para seu conselho.

O acordo, anunciado em 16.09, estabelece um processo de "equipe limpa" para avaliar considerações regulatórias e potenciais sinergias entre os dois distribuidores de alimentos, o primeiro passo formal para examinar uma possível combinação.

A US Foods confirmou pela primeira vez seu interesse em uma combinação durante a teleconferência de resultados do 2º tri em 07.08, afirmando em um documento 8-K que havia abordado a PFG sobre um potencial acordo, mas não recebeu resposta. O CEO Dave Flitman reiterou naquela chamada que a empresa "acredita que poderia haver benefícios significativos de uma combinação" e "receberia com satisfação a oportunidade de se envolver" com a PFG.

Em 13.08, o CEO da PFG, George Holm, disse aos analistas que "não havia motivo para se envolver" com o pedido de informações da US Foods. Menos de um mês depois, a PFG relatou que a Sachem Head entregou um aviso de nomeação para quatro diretores com profunda experiência no setor, incluindo o fundador Scott Ferguson, o ex-CFO da Sysco Chris Kreidler, o ex-membro do conselho da US Foods David Toy e a ex-executiva do McDonalds Karen King. O ativista também pressionou a empresa a melhorar as margens ou considerar alternativas estratégicas.

A PFG divulgou a nomeação em 02.09 e disse que seu comitê de governança avaliaria tanto os indicados quanto qualquer "transação que agregue valor". Apenas semanas depois, concordou em firmar um acordo de equipe limpa com a US Foods.

"Embora as considerações da FTC provavelmente não sejam insuperáveis, qualquer acordo exigiria cooperação de ambas as partes e provavelmente implicaria em remediações", escreveu a analista do BMO Capital Markets, Kelly Bania, em uma nota após o anúncio. "Acreditamos que as sinergias poderiam ser de pelo menos US$ 725 milhões — aproximadamente 18% dos cerca de US$ 4 bilhões em EBITDA proforma — mas exigiriam um aumento significativo de capital pela US Foods."

Bania manteve uma classificação de "Superar" para o grupo, com um preço-alvo de US$ 125 para a PFG e US$ 95 para a US Foods.

A PFG é a terceira maior distribuidora de serviços alimentícios na América do Norte, atrás da Sysco e da US Foods. Uma combinação com a US Foods seria o maior negócio no setor desde a tentativa de aquisição da US Foods pela Sysco em 2013, que foi bloqueada pela Comissão Federal de Comércio.

Embora um acordo entre US Foods e PFG fundiria o segundo e terceiro maiores players em vez do primeiro e segundo, os analistas esperam que os reguladores examinem minuciosamente os mercados sobrepostos.

O acordo de equipe limpa não obriga nenhuma das empresas a buscar uma transação. Ele permite que ambos os lados avaliem se um acordo é viável e financeiramente atraente, mantendo dados sensíveis isolados.

Não está claro se a movimentação da PFG reflete pressão direta da Sachem Head ou simplesmente coincide com ela. No entanto, a sequência de eventos destaca como a conversa sobre consolidação mudou rapidamente.

Se nenhum acordo surgir, a PFG ainda enfrenta apelos para melhorar sua estrutura de custos e margens. Se acontecer, a fusão remodelaria o cenário de distribuição de alimentos dos EUA e testaria a posição da FTC sobre a consolidação do setor.

Ao firmar um acordo de equipe limpa, a PFG está formalmente avaliando uma combinação que anteriormente recusou. Os investidores estarão observando tanto a análise regulatória quanto quaisquer mudanças de governança enquanto a pressão da Sachem Head se desenrola.

As ações da US Foods caíram 2,1% próximo ao final do pregão de terça-feira, enquanto a Performance Food Group subiu 0,4% às 16h26 no horário de Brasília.