Investing.com - Os recentes rebaixamentos do rating da dívida brasileira pelas agências de classificação de risco pouco têm afetado a entrada de investimentos no país. E isso, de acordo com a Coluna do Broad, do Estadão, se deve ao fato do mundo estar vivendo um momento de juros negativos, excesso de liquidez global e um movimento de recomposição de portfólio de grandes investidores.
Essas situações juntas fizeram om que os emissores brasileiros captassem recursos no exterior a custos bastante similares aos que eram obtidos na época que o país tinha o grau de investimento das agências. E esse cenário se manteve mesmo com rebaixamento recente dado pela Standard & Poor’s (S&P).
A publicação cita como exemplo contundente do atual contexto a captação realizada pela Petrobras (SA:PETR4). A estatal emplacou uma emissão de US$ 2 bilhões em troca de um prêmio (new premium issue) negativo aos investidores, ao se comparar o retorno oferecido, de 5,95%, e as taxas dos papéis da companhia que já circulam no mercado. E boa parte dos interessados não conseguiu colocar sua ordem, uma vez que a demanda chegou ao patamar de US$ 10 bilhões.
Entre os fatores que contribuem para a situação inusitada está o placar de 3 x 0 do julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). A unanimidade empolgou os mercados e reduziu o risco Brasil.
Agora, a expectativa do mercado é de que outras empresas corram para aproveitarem a primeira janela de emissões externas. Até agora, emissores brasileiros captaram US$ 7,15 bilhões na primeira janela do ano, superando os US$ 5,95 bilhões emitidos no exterior no mesmo intervalo do ano passado.