SÃO PAULO (Reuters) - O retorno das operações da mineradora Samarco até meados de 2017 "sem dúvida alguma" é viável, afirmou nesta terça-feira o diretor-executivo de Recursos Humanos, Saúde & Segurança, Sustentabilidade e Energia da mineradora Vale (SA:VALE5), Clovis Torres, após participar da abertura do World Mining Congress, no Rio de Janeiro.
"Não faz sentido imaginar que toda vez que existir um acidente, como penalidade, a empresa tenha que deixar de existir... Tem que corrigir sim o erro que teria ocorrido, melhorar a situação das comunidades e fazer justamente o que é o propósito de sua existência, gerar emprego, gerar tributos, gerar riquezas", afirmou Torres a jornalistas.
A Vale é uma das proprietárias da Samarco, em uma joint venture meio a meio com a anglo-australiana BHP Billiton.
A Samarco interrompeu suas operações após o rompimento de sua barragem de rejeitos de mineração em novembro de 2015.
O desastre, considerado o maior da história do Brasil em termos ambientais, deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e poluiu o rio Doce, que percorre diversas cidades até atingir o litoral capixaba.
Atualmente, a Samarco busca licenças para a deposição de rejeitos de sua atividade minerária para que possa retornar às operações, algo fundamental para que ela possa arcar com pagamentos de compromissos financeiros e reparações pelo desastre.
Torres explicou que o processo atual para as licenças prevê operações da Samarco durante três anos.
Entretanto, a Samarco já estuda entrar com novos processos de licenciamento para a utilização de outras cavas da Vale na região, para depositar rejeitos e garantir operações por outros 12 anos.
(Por Marta Nogueira)