SÃO PAULO/BRASÍLIA (Reuters) - O Tesouro Nacional vendeu 5,24 milhões de ações do Banco do Brasil, pelo valor total de cerca de 178,9 milhões de reais, entre 29 de agosto e 10 de setembro, em operações que não tiveram relação com o Fundo Soberano do Brasil (FSB).
As vendas ocorreram no momento em que as ações do BB tocavam o maior patamar do ano, influenciadas pelo avanço da oposição na corrida presidencial e aposta maior de investidores na derrota de Dilma Rousseff (PT), que tenta a reeleição. Investidores têm indicado insatisfação com a política econômica do atual governo e ao que chamam de intervencionismo em empresas estatais.
"Não houve movimentação de ações do Fundo Soberano no período", disse o Tesouro por meio da assessoria. O Tesouro não informou o motivo da venda.
O governo federal anunciou, em 22 de setembro, que irá sacar 3,5 bilhões de reais do FSB para ajudar a fechar as contas públicas. O dinheiro será levantado por meio da venda de ações do BB no fundo.
De acordo com informações apresentadas à Comissão de Valores Mobiliários nesta quinta-feira, com a venda, a participação do Tesouro, acionista controlador do banco, recuou para 57,9 por cento do capital do BB, ante 58,1 por cento.
Os negócios foram fechados por valores que variaram de 31,67 reais a 37,10 reais por ação.
O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Rogério Caffarelli, disse no início do mês que a venda das ações não comprometeria o valor do papel.
As ações do BB fecharam nesta quinta-feira com a maior alta percentual do Ibovespa, com ganho de 3,8 por cento, a 31,60 reais, depois de terem subido 5,5 por cento na máxima do dia.
(Por Marcela Ayres, em São Paulo, e Luciana Otoni, em Brasília)