RIO DE JANEIRO (Reuters) - Cerca de cem petroleiros, entre funcionários da Petrobras e de empresas contratadas, não embarcaram para as plataformas localizadas no litoral do Espírito Santo, protestando por segurança após um acidente que matou ao menos seis pessoas na semana passada, informou o sindicato da categoria nesta sexta-feira.
Os petroleiros não fizeram a chamada troca de turno em quatro unidades marítimas da Petrobras na costa capixaba, na segunda manifestação do gênero após a explosão na plataforma FPSO Cidade São Mateus, na quarta-feira da semana passada. Três vítimas do acidente continuam desaparecidas.
"É impossível ficar calado diante do descaso com a vida. Vamos lutar em defesa da vida, da segurança dos trabalhadores e na busca por culpados", disse o diretor de comunicação da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Francisco José de Oliveira.
Não havia informação se a produção na região poderia ser afetada. Mas os petroleiros que estavam nas plataformas, em princípio, manteriam a produção.
Os trabalhadores não embarcaram nas unidades SS-60, P-58, SS-51 e Cidade de Vitória, segundo o sindicato.
Segundo Oliveira, ao longo dos últimos 15 anos, cerca de 300 petroleiros morreram em acidentes em áreas com produção da Petrobras, sendo que cerca de 70 por cento das vítimas eram terceirizados.
A FUP pretende realizar no dia 23 deste mês uma assembleia para discutir a possibilidade de uma paralisação nacional.
"O movimento é sempre crescente e, se não tiver encaminhamento correto na defesa da vida e da segurança, as paralisações podem afetar produção", disse o diretor da FUP.
A Petrobras foi procurada, mas não se manifestou imediatamente sobre a paralisação e seus eventuais efeitos sobre a produção.
As causas da explosão da unidade flutuante Cidade São Mateus, operada pela empresa BW Offshore, estão sendo investigadas pelas autoridades.
(Por Rodrigo Viga Gaier)