LONDRES (Reuters) - A anglo-holandesa Shell, maior petroleira da Europa, reportou sua menor receita anual em mais de uma década nesta quinta-feira e disse que, se for necessário, iria tomar outras medidas para cortar custos para lidar com os preços fracos do petróleo.
A Shell, cujos acionistas na última semana aprovaram a aquisição da britânica BG Group (L:BG), disse que a receita em 2015 caiu 87 por cento para 1,94 bilhão de dólares, em linha com estimativas de analistas, conforme sua unidade de produção de petróleo e gás sofre um forte baque.
"A Shell vai tomar mais decisões impactantes para administrar a derrocada nos preços do petróleo, se as condições justificarem", disse o presidente-executivo Ben van Beurden em nota. A Shell manteve o pagamento de dividendo anual de 1,88 dólar por ação.
Os ganhos da Shell são a última demonstração de quanto os produtores de petróleo estão sofrendo com os preços baixos. A maior petroleira do mundo, ExxonMobil (N:XOM), reportou nesta semana o menor lucro trimestral em mais de uma década, enquanto a BP teve a maior perda de todos os tempos em 2015.
A Shell abandonou projetos multibilionários ao longo do último ano para enfrentar o cenário turbulento, incluindo o controverso programa de exploração no Mar Ártico do Alasca, um campo de gás em Abu Dhabi e o projeto Carmon Creek, no Canadá.
Os investimentos da companhia em 2015 foram de 28,9 bilhões de dólares, ou 8,4 bilhões de dólares abaixo dos números do ano anterior. Em 2016, Shell e BG deverão somar aportes de 33 bilhões de dólares. A BG tem sido a maior parceira da Petrobras (SA:PETR4) nos campos do pré-sal brasileiro.
(Por Ron Bousso e Karolin Schaps)