Por Peter Nurse
Investing.com - As ações dos EUA devem abrir em grande queda na quarta-feira (18), revertendo os ganhos de terça-feira, com investidores temendo que os pacotes de estímulo propostos não serão suficientes para aliviar o severo impacto econômico de uma prolongada desaceleração econômica.
Às 8h05 (horário de Brasília), os contratos futuros do S&P 500 eram negociados em baixa de 92 pontos, ou 3,7%. Os futuros da Nasdaq caíam 330 pontos, ou 4,5%, enquanto o contrato futuro do Dow Jones 30 caía 833 pontos, ou 4%. Esses contratos foram interrompidos, o que sugere que os mercados à vista poderiam abrir com perdas percentuais ainda maiores.
Wall Street fechou com fortes ganhos na terça-feira, após o governo de Trump montar um plano de estímulo de US$ 1,2 trilhão, que enviaria dinheiro aos americanos dentro de duas semanas, além de apoiar companhias aéreas e outras empresas.
No entanto, para fazer com que esse acordo seja aprovado pelos céticos senadores republicanos, o secretário do Tesouro dos EUA Steven Mnuchin alertou que a taxa de desemprego do país pode atingir 20% se eles não agirem com este pacote de resgate e houver danos econômicos duradouros.
Mais e mais economistas, incluindo aqueles dos maiores bancos de Wall Street, declararam que o surto já desencadeou uma recessão global. O Goldman Sachs, por exemplo, previu em uma nota no domingo que a economia dos EUA irá encolher 5% no segundo trimestre após um ganho de 0% de crescimento do produto interno bruto nos primeiros três meses do ano.
Em termos de notícias corporativas, a Boeing (NYSE:BA) estará nos holofotes após a fabricante aeroespacial pedir na terça-feira pelo menos US$ 60 bilhões em ajuda federal para ajudar a indústria.
As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) caíram mais de 5% nas negociações de pós-mercado na terça-feira em meio a suposições de que sua fábrica em Fremont, na Califórnia, pode ter de manter apenas as “operações básicas mínimas” após os legisladores a terem declarado um negócio não-essencial para frear a disseminação do coronavírus.
O calendário econômico não traz muitas novidades na quarta-feira, mas as atenções estarão voltadas para a divulgação semanal dos estoques de petróleo, às 11h30, após o Instituto Americano de Petróleo estimar, na terça-feira, uma diminuição surpresa nos estoques de petróleo de 421.000 barris para a semana que termina em 13 de março.
Os preços do petróleo continuaram a cair na quarta-feira, com os futuros do petróleo dos EUA despencando para uma mínima de 17 anos após bloqueios sociais e de viagens causados pela epidemia de coronavírus cortarem as previsões de demanda.
Às 9h57, os futuros do petróleo dos EUA eram negociados em baixa de 8,74%, a US$ 24,95 por barril, sua mínima desde maio de 2003. O contrato do índice de referência internacional Brent caía 4,94% para US$ 27,31, sua mínima desde o início de 2016.
Além disso, os futuros do ouro caíam 1,88% para US$ 1.497,15, enquanto to euro era negociado a US$ 1,0945, queda de 0,52%.