Investing.com – Após prejuízo bilionário, a percepção de analistas é de que o balanço da Suzano (BVMF:SUZB3) teria sido positivo, com dados operacionais fortes, apesar do resultado líquido afetado por despesas financeiras. O mercado reage bem aos dados nesta sexta, 09, com alta de cerca de 1,44% nas ações às 14h50 (de Brasília), com papéis cotados a R$54,41.
A Suzano reportou prejuízo líquido de R$3,766 bilhões no segundo trimestre, contra R$5,078 bilhões de lucro apurado nos mesmos meses de 2023. Os dados sofreram com impacto do câmbio sobre sua dívida em moeda estrangeira. Mesmo assim, o operacional foi elogiado por analistas do Santander (BVMF:SANB11), BTG (BVMF:BPAC11) e do Itaú BBA. O lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) acima do esperado teria como drivers preços mais altos de celulose e volumes mais robustos. Além dos dados operacionais, um programa de recompra agressivo também é citado por especialistas como favorável para as perspectivas da ação.
De acordo com o Itaú BBA, os dados vieram fortes, com Ebitda R$6,3 bilhões, cerca de 7-8% acima das estimativas de consenso. “Metade da batida veio de volumes de vendas acima do esperado e metade de um melhor desempenho de SG&A”, apontam os analistas.
O Ebitda de celulose teria refletido melhores preços realizados, maiores volumes e menores gastos com despesas, que teriam mais do que compensando maiores custos, ainda de acordo com o banco, que ressalta a diminuição na alavancagem em dólar, motivada pelo maior Ebitda e geração de fluxo de caixa. A indicação do banco para as ações é outperform, equivalente à compra, com preço-alvo de R$67.
O Santander concordou com essa visão e também reforçou outperform no papel, com preço-justo indicado em R$75. Os preços realizados e volumes de vendas foram superiores ao esperado pelo banco. “Observamos que os preços realizados de celulose de exportação atingiram US$ 701/t no 2T24, enquanto o volume de vendas de celulose atingiu 2,5 milhões de toneladas”, destacou o Santander, ao completar sobre solidez nos dados da divisão de papéis da Suzano.
O BTG também comemorou a batida no Ebitda e citou a recompra agressiva de ações em andamento. “A empresa recompra ações agressivamente (comprando R$ 1 bilhão somente em julho), o que ressalta o quão barata a ação está atualmente, proporcionando uma TIR incomparável neste momento, em nossa opinião”. Por isso, considera a Suzano como principal escolha na cobertura de recursos naturais básicos, com indicação de compra e preço-alvo de R$82.