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TAM aplica mata-leão em acionista minoritário da Multiplus

Publicado 05.09.2018, 17:59
Atualizado 06.09.2018, 09:25
© Reuters.  TAM aplica mata-leão em acionista minoritário da Multiplus
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Money Times - A Tam decidiu fechar o capital da Multiplus (SA:MPLU3), anunciou em um comunicado enviado para a sua subsidiária na madrugada desta quarta-feira (5). Com 72% da empresa, a companhia aérea ofereceu R$ 27,22 por ação da empresa de milhas e fidelidade, o que representa um prêmio de 11,6% sobre o valor de fechamento de terça-feira (4).

O preço foi calculado como o equivalente à média ponderada pelo volume dos últimos 90 pregões e ajustado pelos dividendos pagos, a um prêmio de 11,6% sobre o valor de R$ 24,40. O banco de investimentos Credit Suisse foi contratado como avaliador independente e, segundo as expectativas do mercado, deve propor um valor entre R$ 20 e R$ 27,22.

A ideia da TAM é administrar a Multiplus de maneira totalmente integrada. Até aí, tudo bem. O problema é que o anúncio veio ao mesmo tempo em que ela manifestou a intenção de não dar continuidade à parceria com a sua subsidiária. O acordo é o principal negócio da Multiplus e, sem ele, segundo estimativas do BB Investimentos, o preço-alvo estipulado pelo banco seria de R$ 20. Vale lembrar que as ações recuaram 33% nos últimos 12 meses, quando negociavam a R$ 40.

“A oferta representa uma oportunidade de liquidez aos acionistas minoritários após a divulgação pelo ofertante de sua intenção de não prorrogar ou renovar o contrato operacional (…) e se apresenta como a solução mais adequada para os atuais desafios da companhia, que de outra forma incrementariam sem um contrato operacional após 1 de janeiro de 2025”, destaca a Tam em sua nota. Ou seja, é um mata-leão no acionista minoritário.

“Aguardamos ansiosamente a manifestação da CVM porque a mensagem vem junto do anúncio da não renovação do contrato de seis anos antes do vencimento. Esta proposta estabelece uma vantagem clara para o acionista controlador sobre os interesses minoritários, assunto que deve surgir questões para uma empresa listada no mais alto nível de governança da B3, o Novo Mercado”, destacam os analistas do BB Investimentos Kamila Oliveira e Carlos Daltozo. Ao acionista minoritário só há duas alternativas: ou se rende, ou será enforcado.

Cenário

Segundo a TAM, o mercado de programas de fidelidade vem enfrentando desafios constantes que, por sua vez, demandam esforços crescentes para manter a competitividade perante aos seus concorrentes. Neste contexto, vem realizando esforços coordenados para estabilizar e aumentar a atratividade do programa de fidelidade da companhia no mercado brasileiro, explica em nota.

“No entanto, limitações oriundas não só do relacionamento contratual entre as duas companhias, mas também de suas estruturas operacionais e societárias segregadas se mostram como um obstáculo para a capacidade da companhia de reagir rápida e eficientemente às mudanças do mercado, bem como contribuíram para sua perda de market share”, ressalta a TAM.

Desta forma, a companhia aérea entende que mesmo após o contrato operacional em vigor desde janeiro de 2010 ter sido renovado várias vezes para trazer mais competitividade, incluindo os mais recentes que reduziram, em média, 5% dos preços das passagens domésticas e 2% das internacionais, a perda de participação de mercado continuou.

Opiniões

“Nós esperamos que a ação se aproximasse do preço oferecido. Curiosamente, o papel se torna um bom ‘hedge’ para um resultado nas eleições que os investidores podem não gostar, fazendo com que o Ibovespa se desvalorize do nível atual”, afirmaram analistas do Itaú BBA em nota a clientes.

Já a equipe do BTG Pactual (SA:BPAC11) disse esperar que os minoritários aceitem a proposta, mas ponderou em nota a clientes que, após alguns eventos negativos relacionados a outros programas de fidelidade, a notícia deve fazer o mercado questionar a renovação do contrato entre Gol (SA:GOLL4)) e Smiles (SA:SMLS3).

Para a Coinvalores, o valor apresentado, apesar de ser 11,5% acima do patamar atual dos papéis, que fecharam o pregão de ontem cotados a R$ 24,40, está abaixo da cotação de menos de um mês atrás, quando estava próxima dos R$ 30, e muito abaixo da máxima de doze meses, que é de R$ 38,36 .

Os analistas da Mirae Asset avaliam a notícia como positiva para os minoritários, mas abaixo do consenso. Pelo consenso, o upside da MPLU3 é de 14% e pela oferta o upside é de 12,9 ̈%. A Ação negocia a um múltiplo EV/Ebitda de 2018 de 6,0x e para 2019 de 5,4x.

Na visão da Suno Research, apesar de ser uma notícia um tanto quanto desagradável para o acionista minoritário da Multiplus, ainda existe certa “nebulosidade” acerca de tal decisão tomada por parte da controladora da companhia.

Por Money Times

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