Por Senad Karaahmetovic
Um analista da Bernstein fez reflexões sobre a Lei de Redução de Inflação (IRA, na sigla em inglês), que foi promulgada pelo presidente Biden na semana passada e entrou em vigor imediatamente.
Entre outros aspectos, a IRA criará condições para que os veículos elétricos (VEs) se qualifiquem a subsídios ao consumidor. O analista considera que as fabricantes de equipamentos originais de VEs, como Tesla (NASDAQ:TSLA) (BVMF:TSLA34)e General Motors (NYSE:GM) (BVMF:GMCO34), se beneficiarão mais dessa legislação. A Ford (NYSE:F) (BVMF:FDMO34) também é vista como uma beneficiária.
“As grandes vencedoras da IRA são claramente a Tesla e a GM, que não podiam se qualificar para um subsídio de US$ 7500 antes e agora podem, em razão da dissolução do limite de vida útil de 200.000 para VEs”, afirmou em nota aos clientes.
A Tesla acredita que se qualificará para os subsídios a VEs em 2023, mas analista alegam que o mesmo não acontecerá em 2024. No entanto, o Semi Truck da Tesla é visto como um grande beneficiário.
“Não está claro quantas ofertas de Model 3 se qualificarão para o benefício dos subsídios, a menos que a Tesla seja capaz de reduzir seu preço no modelo Long Range. O Model Y e o Semi devem ser os maiores beneficiários. O Cybertruck pode inicialmente ser muito caro para se qualificar”.
De forma geral, ele afirma que a legislação “claramente é positiva para a Tesla”. Mesmo assim, o analista reiterou a classificação de “underweight” (abaixo da média) e o preço-alvo de US$ 450 por ação, por ainda não “conseguir justificar o valuation da companhia”.
“Continuamos tendo dificuldade para justificar o valuation da TSLA, que é superior ao de todas as grandes fabricantes de automóveis juntas, sugerindo um enorme volume e uma lucratividade no topo da indústria daqui para frente, algo sem precedentes na história. Acreditamos que a relação risco/retorno não é atraente para os investidores de longo prazo”, complementou.
Por outro lado, as fabricantes europeias e asiáticas são vistas como “relativamente desfavorecidas, em razão da maior dependência à importação de componentes e baterias, bem como menor produção/cadeia de fornecimento nos EUA”, concluiu o analista da Bernstein.