Por Doina Chiacu e Rajesh Kumar Singh
WASHINGTON/CHICAGO (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou a Harley-Davidson com impostos mais altos nesta terça-feira e disse que a fabricante de motocicletas, que anteriormente saudou como um modelo da indústria norte-americana, sofreria com a reação pública se fosse em frente com um plano para realocar a produção para os clientes europeus no exterior.
O ataque de Trump, o mais recente de uma série de críticas a empresas norte-americanas, foi uma reviravolta do presidente, que hospedou funcionários da empresa e motocicletas Harley-Davidson no gramado da Casa Branca logo após sua posse.
"Uma Harley-Davidson nunca deveria ser construída em outro país --nunca! Seus funcionários e clientes já estão muito zangados com eles", disse Trump no Twitter, sem fornecer qualquer prova. "Se eles se mudarem, observe, será o começo do fim --eles se renderam, eles desistiram! A aura terá sumido e eles serão taxados como nunca antes!", tuitou.
Não ficou claro a que impostos Trump estava se referindo e por que a empresa poderia ter que pagá-los, já que manteria a produção nos Estados Unidos para clientes dos EUA. A Casa Branca não respondeu a um pedido de comentário sobre o tuíte de Trump.
A montadora informou no segunda-feira que mudará a produção de motocicletas destinadas à União Europeia para suas instalações internacionais e prevê que as tarifas do bloco comercial --introduzidas como retaliação às tarifas de Trump sobre alguns metais produzidos na UE-- custariam à empresa de 90 a 100 milhões de dólares por ano.
A Harley-Davidson disse que não tinha comentários sobre os tuítes de Trump. Mas o porta-voz da empresa, Michael Pflughoeft, disse que está avaliando o impacto potencial da mudança de produção em suas instalações nos EUA.
(Por Doina Chiacu e Rajesh Kumar Singh)