Por Alberto Alerigi Jr.
IPATINGA, Minas Gerais (Reuters) - A Usiminas (SA:USIM5) anunciou nesta terça-feira a reativação do alto forno 1 da Usina de Ipatinga, em Minas Gerais, que estava desligado desde 2015, devido à queda na demanda por aços planos no mercado brasileiro.
Com a recuperação do consumo de aço, puxada em grande parte pelo setor de veículos, que interrompeu no ano passado sequência de quatro anos de queda nas vendas no país e projeta crescimento para 2018, a Usiminas decidiu reativar o equipamento.
O alto forno 1 tem capacidade para 650 mil toneladas anuais de ferro gusa e faz parte de um complexo siderúrgico que tem outros dois alto fornos, numa capacidade anual total de 3,65 milhões de toneladas.
Com a reativação do equipamento de 80 metros de altura, a Usina de Ipatinga volta a operar com carga completa de gusa e placas, reduzindo a exposição da empresa à compra de placas de terceiros.
"Já estamos em processo de construção de um novo planejamento estratégico para os próximos cinco anos...A reativação do alto forno é mais um indicativo da curva ascendente de recuperação da empresa", disse o presidente da Usiminas, Sergio Leite, em comunicado.
Segundo a Usiminas, o alto forno 1 ficou em reforma durante nove meses antes de ser religado, trabalho que consumiu 80 milhões de reais em investimentos. A decisão de religamento foi tomada em maio do ano passado.
O alto forno 1 está em operação desde 1962 e já produziu mais de 29,5 milhões de toneladas de ferro gusa.
A Usiminas produziu no ano passado 3 milhões de toneladas de aço bruto, queda de 4 por cento na comparação anual. Além do complexo em Ipatinga, a empresa possui uma usina em Cubatão (SP) que desde o início de 2016 teve sua produção de aço bruto paralisada diante dos efeitos da recessão brasileira sobre o consumo de aço no país.
No total, a capacidade de produção da companhia é de 9,5 milhões de toneladas anuais, a maior de aços planos do país.
Em fevereiro, o vice-presidente financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, afirmou que a empresa prevê investir este ano 500 milhões de reais, mais do que o dobro do aplicado em 2017.
A produção de veículos do Brasil subiu quase 15 por cento no primeiro trimestre, para 267,5 mil unidades, e a previsão das montadoras para todo 2018 é de crescimento de 13 por cento, para 3,05 milhões de veículos.
Também de olho no potencial aumento de demanda por aço plano no Brasil este ano, a CSN (SA:CSNA3) rival da Usiminas planeja uma reforma em alto forno de sua usina em Volta Redonda (RJ) em setembro, que ampliará a capacidade do equipamento em 15 por cento, ou 400 mil toneladas adicionais de placas por ano.
(Por Alberto Alerigi Jr.)