Investing.com – Após notícias de que a Vale (BVMF:VALE3) sofre uma nova ação judicial na Holanda, com pedido de vítimas do rompimento da barragem de Mariana (MG) em 2015 de cerca de 3 bilhões de libras esterlinas, a mineradora brasileira disse que a Vale Holdings B.V., uma subsidiária integral em Amsterdam, recebeu ordens judiciais determinando, em caráter antecipatório e preliminar, o bloqueio das ações detidas pela empresa em sua subsidiária e direitos econômicos a elas atrelados – com garantia no montante de 920 milhões de euros.
Em nota ao mercado de ontem pela noite, a Vale disse que “fato de os bloqueios terem sido concedidos não representa uma avaliação quanto ao mérito, seja processual ou material”.
“As medidas foram concedidas em antecipação a uma ação judicial de responsabilidade a ser proposta por determinadas pessoas, físicas e jurídicas, que alegam terem sido afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco Mineração”, explica a Vale.
A Vale informou que deve avaliar os termos dessa ação, que vai apresentar a sua defesa, e que a demanda visa replicar processos já em tramitação no Brasil, conforme acordos firmados com União Federal, os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo e as instituições de justiça locais.
A mineradora alega ter “compromisso em apoiar a reparação integral dos danos causados pelo rompimento” e continua a destinar recursos para a Fundação Renova. “Até 29 fevereiro de 2024, foram destinados R$ 36,5 bilhões às ações de reparação e compensação a cargo da Fundação. Desse valor, R$14,1 bilhões foram para o pagamento de indenizações e R$ 2,7 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, totalizando R$ 16,8 bilhões para cerca de 450 mil pessoas”, detalha a Vale.
A Genial Investimentos afirma que a mineradora passa a sofrer mais um processo fora do Brasil devido a uma causa que já está sendo paga dentro do próprio país. “O mesmo escritório de advocacia (Pagust Goodhead) move as ações em ambos os países (Inglaterra e Holanda). O modus operandi do escritório é o de procurar vítimas lesadas por grandes desastres, reuni-los em um único processo e buscar jurisdição na Europa ou nos EUA”, destaca a Genial.
“Embora o caráter da ordem judicial seja preliminar, mais um ruído soma-se aos demais. Aliados a incertezas sobre a China, os ruídos estão impedindo que o papel tenha convergência com os números operacionais, que seguem fortes”, completam os analistas da Genial.
Às 10h31 (de Brasília), as ações recuavam 0,46%, a R$61,12.
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