Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A gestora de recursos Vinci Partners pretende participar do próximo leilão de concessões para novas linhas de transmissão de energia no Brasil, e o apetite do fundo será por lotes com projetos de médio porte, disse nesta sexta-feira o executivo da área de infraestrutura da Vinci, José Guilherme de Souza.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) agendou o próximo leilão de transmissão para 28 de junho, quando serão oferecidos a investidores contratos para a construção e futura operação de linhas que devem demandar cerca de 9 bilhões de reais.
De acordo com Souza, a Vinci vai entrar no certame sozinha ou com parceiros. Ele disse que os investimentos em linhas são interessantes devido à boa regulação do setor, que oferece uma oportunidade de investimento de longo prazo com retorno garantido e baixo risco.
"Isso atrai bastante o investidor estrangeiro. São investidores de fundo de pensão, por exemplo", disse ele a jornalistas em evento da Vinci no Rio de Janeiro.
A gestora tem disponíveis para o próximo leilão cerca de 170 milhões de reais.
A empresa já arrematou a concessão para uma linha em Sergipe e fechou mais recentemente a aquisição de uma segunda linha, no valor de 110 milhões de reais. O nome da empresa envolvida no negócio não foi revelado pelo executivo.
Ele afirmou ainda que a Vinci já se prepara para outras oportunidades em transmissão após o certame de junho.
"Estamos trazendo uma segunda leva de capital de fora para esse segmento, de pelo menos 150 milhões de dólares", disse.
DISTRIBUIDORAS E AEROPORTOS
O CEO da Vinci, Alessandro Horta, reforçou o interesse da gestora no leilão de privatização de seis distribuidoras de energia da Eletrobras (SA:ELET3), programado para este ano.
Ele disse que a empresa aguarda mais detalhes sobre o leilão, como a divulgação do edital, para avançar em discussões internas sobre o apetite nas empresas, que operam no Norte e Nordeste.
A Vinci também está monitorando concessões de aeroportos previstas para 2019.
Nesse setor, a Vinci teria que se associar a um operador para participar do certame, que deve envolver 13 terminais localizados no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste do Brasil.
A gestora chegou a se associar no ano passado à operadora de terminais Zurich para avaliar o leilão do aeroporto de Porto Alegre, mas ao final não apresentou oferta pelo ativo.
A Vinci tem 2 bilhões de reais investidos em infraestrutura no país e a meta é elevar esse valor para 4 bilhões em três anos, segundo os executivos.