BERLIM (Reuters) - A Alemanha se opõe à exclusão de quaisquer fabricantes e tecnologias de seu plano de construção de redes móveis 5G, disse um porta-voz do Ministério do Interior, sinalizando apoio aos fornecedores chineses liderados pela Huawei Technologies.
Aliados dos EUA, como Austrália, Nova Zelândia e Japão, restringiram o acesso da Huawei a seus mercados, e a vice-presidente financeira da empresa foi presa no Canadá e enfrenta uma possível extradição para os Estados Unidos.
"Não prevemos a exclusão legal de fornecedores específicos ou produtos específicos", disse o porta-voz em entrevista coletiva do governo nesta sexta-feira, reafirmando a posição atual de Berlim.
"Somos da opinião de que a segurança e a privacidade da infraestrutura de rede implantada devem ser asseguradas".
A executiva Meng Wanzhou, filha do fundador da Huawei, foi presa em 1º de dezembro em conexão com uma investigação dos EUA sobre um suposto esquema que teria usado o sistema bancário global para burlar as sanções norte-americanas contra o Irã.
Mais cedo, autoridades dos EUA pressionaram aliados a respeito da necessidade banir fornecedores chineses para as suas redes, citando o risco de que os serviços de inteligência de Pequim possam obter acesso clandestino por meio das chamados "backdoors".
A Alemanha debateu a questão, mas a indústria de telecomunicações do país defendeu seu relacionamento de longa data com a Huawei.
O regulador de rede da Alemanha deu início ao processo de leilão de licenças móveis 5G, com um prazo final para inscrições em 25 de janeiro. Os leilões devem ocorrer no início de 2019.
(Por Gernot Heller)