Por Julie Gordon e Karen Freifeld
VANCOUVER/WASHINGTON (Reuters) - A filha do fundador da gigante chinesa de tecnologia Huawei foi detida no Canadá e pode ser extraditada para os Estados Unidos, em um forte golpe às esperanças de amenizar as tensões comerciais entre Pequim e Washington e abalando os mercados financeiros globais.
A chocante prisão de Meng Wanzhou, que também é vice-presidente financeira da Huawei Technologies, lança novas dúvidas sobre a trégua de 90 dias firmada entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping no sábado --o dia em que ela foi detida.
A prisão está relacionada à violação de sanções norte-americanas, disse uma pessoa com conhecimento do assunto. A Reuters não foi capaz de determinar a natureza precisa das violações.
A prisão e qualquer possível sanção contra a segunda maior fabricante de smartphones do mundo pode ter grandes repercussões na cadeia global de fornecimento de tecnologia. As ações de fornecedoras asiáticas da Huawei, que incluem a Qualcomm e a Intel (NASDAQ:INTC), caíram nesta quinta-feira.
Meng, uma das vice-presidentes do conselho da companhia e filha do fundador da empresa, Ren Zhengfei, foi presa no dia 1º de dezembro a pedido de autoridades norte-americanas e deve comparecer a audiência na sexta-feira, afirmou porta-voz do Departamento de Justiça canadense.
Também no dia 1º de dezembro, Trump e Xi jantaram na Argentina durante cúpula do G20.
Fontes disseram à Reuters em abril que autoridades norte-americanas estavam investigando a Huawei, a maior fabricante de equipamentos de telecomunicação do mundo, desde o final de 2016 por supostamente enviar produtos de origem norte-americana ao Irã e outros países, em violação a leis de exportação e sanções dos EUA.
A Huawei confirmou a prisão em um comunicado e disse que recebeu poucas informações sobre as acusações, acrescentando que "não tem conhecimento de qualquer irregularidade da Sra. Meng".