Por Pei Li
HONG KONG (Reuters) - O Alibaba Group está aproveitando uma nova oportunidade de negócios criada pelo novo coronavírus: ajudar universidades estrangeiras a contornar os rigorosos controles sobra a internet na China para manter o acesso às aulas para estudantes chineses.
Muitos estudantes chineses voltaram para casa diante de medidas de isolamento social que fecharam campi, causando dificuldades para os alunos assistirem às aulas transmitidas ao vivo pela internet ou acessarem materiais das aulas devido ao chamado Great Firewall. Este não apenas bloqueia sites como o Google (NASDAQ:GOOGL), mas também pode diminuir a velocidade de carregamento de sites do exterior, mesmo que sejam permitidos pelo governo chinês.
Associações de universidades disseram à Reuters que, logo depois que o vírus começou a se espalhar globalmente, a divisão de computação em nuvem do Alibaba se reuniu com instituições de ensino e lançou acesso a uma rede que pode ser estabelecida dentro de 48 horas e agir como uma ponte entre os portais das universidades e os estudantes chineses.
A rede é uma proposta exclusiva do Alibaba Cloud, o maior provedor de serviços de computação em nuvem da China em participação de mercado. A unidade, cuja receita é insignificante quando comparada aos principais negócios de comércio eletrônico da Alibaba, promove agressivamente seus serviços e planeja investir 28 bilhões de dólares em três anos em data centers de última geração.
Os chineses que estudam no exterior totalizaram cerca de 662.100 em 2018, mostraram os dados mais recentes da empresa de pesquisa Statista, indicando o potencial do mercado.
O Alibaba está cortejando instituições estrangeiras em um momento de deterioração das relações diplomáticas entre a China e os Estados Unidos devido a uma série de questões, incluindo comércio, prevenção quanto ao vírus e segurança de Hong Kong, além de uma campanha do governo de Donald Trump contra a fabricante de equipamentos Huawei Technologies.
Contornar o Great Firewall através de serviços de conexão como redes privadas virtuais (VPNs, na sigla em inglês) é ilegal na China sem que se tenha uma licença, e apenas um punhado de provedores de VPN tem permissão para operar no país. O Alibaba Cloud oferece às universidades a opção de VPN por meio da Cloud Enterprise Network, da qual a Fortinet, sediada nos EUA, é um fornecedor de software.
(Por Pei Li)