PARIS/SINGAPURA (Reuters) - A agressiva expansão global do Uber está ficando cada vez mais cara e arriscada, enquanto a companhia tem dificuldades com obstáculos regulatórios e competitivos nos principais mercados.
Na semana passada, a companhia enfrentou uma busca policial em seus escritórios europeus na Holanda, um julgamento criminal de dois de seus principais executivos na França, um banimento de seus serviços no Rio de Janeiro e a proposta de novas regulações em Londres e Toronto que podem prejudicar seus serviços nessas cidades.
O serviço Uber Pop, conhecido como Uber X nos Estados Unidos, que permite a pessoas oferecerem caronas em carros privados, está agora proibido na maior parte da Europa Ocidental. Na Austrália, o Uber é popular, mas ilegal, tendo enfrentado diversas disputas judiciais.
Enquanto isso, na China e em outros países asiáticos, o Uber enfrenta crescente competição e mercados de transporte com singularidades locais. Em alguns casos, o Uber respondeu movendo-se para negócios como o de aluguel de veículos --o que pode ser visto como uma esperta resposta a condições locais ou uma decisão arriscada no sentido de entrar em um negócio de baixa margem e de capital intensivo.
Na Califórnia, onde surgiu a empresa, o modelo de negócios do Uber enfrenta uma ação coletiva que pode forçar a empresa a tratar seus motoristas como funcionários.
Analisados em conjunto, os recentes problemas do Uber levantam o questionamento sobre se a apressada busca da empresa por participação de mercado global, assegurada por mais de 7 bilhões de dólares em investimentos de fundos de venture capital, é uma estratégia prudente.
A empresa se moveu mais rapidamente rumo à expansão global do que qualquer outra --está presente atualmente em 60 países desde que foi fundada em 2009-- e o custo e complexidade de tantas batalhas legais e subsídios de milhões de corridas em países como China podem afetar mesmo uma companhia tão rica como o Uber.
Somente nos EUA, o Uber esteve envolvido em ao menos 173 processos desde outubro de 2012, enquanto a rival Lyft está envolvida em 66 e o serviço de hospedagem Airbnb é alvo de apenas 20 ações.
(Por Leila Abboud e Jeremy Wagstaff)