Por Mark Hosenball
LONDRES (Reuters) - Julian Assange e seus assessores estão se preparando para tentar usar a decisão do Equador de conceder a ele status diplomático para forçar o Reino Unido a declará-lo persona non grata e expulsá-lo, disse uma fonte próxima a Assange.
A Reuters também descobriu que como parte da contínua investigação criminal sobre Assange e o WikiLeaks, investigadores do FBI buscaram recentemente novas informações sobre contatos de anos atrás entre o WikiLeaks e Chelsea Manning, ex-soldado do Exército norte-americano que vazou ao site milhares de documentos confidenciais do governo dos Estados Unidos.
O Equador anunciou neste mês que concedeu status diplomático a Assange, que em 2012 se refugiou na embaixada equatoriana em Londres após tribunais britânicos decidirem que ele deveria ser extraditado para a Suécia para interrogatórios em uma investigação sobre abuso sexual.
Autoridades suecas encerraram a investigação de abuso. Mas autoridades britânicas indicaram que se Assange deixar a embaixada do Equador, o sueco será preso por violar condições de fiança, o que pode lhe deixar preso em uma prisão britânica por até três meses.
Assange e seus advogados afirmam que se ele deixar a embaixada, autoridades norte-americanas irão então produzir acusações criminais contra ele e buscar extradição para os Estados Unidos, que acreditam poder resultar em uma longa sentença prisional para o fundador do WikiLeaks.
A fonte próxima a Assange disse que sua equipe legal está atualmente trabalhando em entrar com uma ação na Corte Internacional de Justiça, em Haia, buscando ter o status diplomático equatoriano de Assange confirmado sob lei internacional. O Ministério da Relações Exteriores do Reino Unido não fez comentários imediatos.
O Ministério das Relações Exteriores do Equador disse que somente o ministro das Relações Exteriores, que está viajando ao Chile, é autorizado a comentar sobre o caso de Assange.
(Reportagem de Mark Hosenball, em Londres; Reportagem adicional de Alexandra Valencia, em Quito)