Por Michel Rose
PARIS (Reuters) - A França e gigantes da tecnologia norte-americanas, incluindo a Microsoft (NASDAQ:MSFT), pediram nesta segunda-feira que governos e empresas do mundo assinem uma nova iniciativa para regulamentar a internet e combater ameaças como ataques cibernéticos, censura online e discursos de ódio.
Com o lançamento de uma declaração intitulada "O apelo de Paris à confiança e à segurança no ciberespaço", o presidente francês, Emmanuel Macron, espera reavivar os esforços para regular o ciberespaço depois que a última rodada das negociações da Organização das Nações Unidas fracassou em 2017.
No documento, que é apoiado por muitos países europeus mas não pela China ou pela Rússia, os signatários pedem que os governos reforcem as proteções contra a interferência cibernética em eleições e impeçam o roubo de segredos comerciais.
"A internet é um espaço atualmente gerenciado por uma comunidade técnica de atores privados. Mas não é governado. Então agora que metade da humanidade está online, precisamos encontrar novas maneiras de organizar a internet", disse uma autoridade do gabinete de Macron. "Caso contrário, a internet como a conhecemos hoje - livre, aberta e segura - será prejudicada por novas ameaças."
Ao lançar a iniciativa um dia depois de um fim de semana de comemorações do 100º aniversário da Primeira Guerra Mundial, Macron coloca mais pressão para uma cooperação global mais forte diante do crescente nacionalismo.
Em outro sinal da relutância do presidente norte-americano, Donald Trump, em aderir a iniciativas internacionais que vê como uma tentativa de usurpar a soberania dos EUA, autoridades francesas disseram que Washington pode não se tornar signatário, embora as negociações continuem.
No entanto, elas disseram que grandes empresas de tecnologia dos EUA, incluindo o Facebook (NASDAQ:FB) e a Alphabet (NASDAQ:GOOGL), vão aderir à iniciativa.
"O ecossistema norte-americano está muito envolvido. Isso não significa que, no final, o governo federal dos EUA não vai se juntar a nós, as negociações continuam, mas os EUA estarão envolvidos sob outras formas", disse outra autoridade francesa.
(Por Michel Rose)((Tradução Redação São Paulo; +55 11 56447509))REUTERS TH RBS