LONDRES (Reuters) - A agência reguladora do setor de informações do Reino Unido solicitou ao principal regulador europeu para o Facebook (NASDAQ:FB) que investigue como a empresa direciona, monitora e mostra anúncios para usuários, dizendo estar preocupada com algumas práticas da maior rede social do mundo.
O comissário de informações britânico tem investigado o uso de análise de dados para influenciar a política após a consultoria Cambridge Analytica ter obtido dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook.
A agência reguladora britânica disse que, como parte do inquérito, também encontrou problemas mais amplos no Facebook, que comunicou ao regulador de dados da Irlanda, principal supervisor da rede social na União Europeia.
Uma porta-voz da agência disse ter sido informada de anúncios políticos falsos na rede. O Facebook disse estar ansioso para discutir o assunto. "Nós nos envolvemos regularmente com reguladores em relação às nossas ferramentas de publicidade, que acreditamos estar em total conformidade com as leis de proteção de dados da UE", disse uma porta-voz.
A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda (DPC, na sigla em inglês) informou que avaliará as informações e decidirá quais passos são necessárias.
Segundo o Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR) da UE, uma empresa que quebrar as regras de processamento e manuseio de dados pode ser multada em até 4 por cento da receita global do ano anterior, ou 20 milhões de euros, o que for maior. O Facebook teve receita de 40,7 bilhões de dólares em 2017.
A BBC em outubro informou que um falso anúncio político havia sido postado no Facebook. O Facebook disse no início de outubro que anúncios que mencionam figuras, materiais ou partidos políticos são obrigados a fornecer provas de sua identidade e localização e declarar no Facebook quem está pagando pelo anúncio.
(Reportagem de Kate Holton, Alistair Smout, Kylie MacLellan e Noor Zainab Hussain)