SANTIAGO (Reuters) - A desaprovação do desempenho da presidente do Chile, Michelle Bachelet, alcançou o nível mais elevado no momento em que escândalos de corrupção afetam a confiança no governo da líder de centro-esquerda e no sistema político, de acordo com uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira.
Em abril, 64 por cento dos entrevistados disseram reprovar Bachelet, um aumento de três pontos percentuais em relação ao mês anterior, segundo o instituto de pesquisa Gfk Adimark. Trata-se do índice de rejeição mais alto da presidente chilena, que ocupou o cargo entre 2006 e 2010 e voltou à Presidência em 2014.
A taxa de aprovação de Bachelet ficou na casa dos 31 por cento pelo segundo mês consecutivo em abril, uma mínima recorde em seus dois mandatos.
A mídia local vem dedicando grande cobertura aos recentes escândalos de financiamento de campanha, a maioria envolvendo políticos do partido de centro-direita União Democrata Independente (UDI), que tem laços fortes com o falecido ditador Augusto Pinochet.
Também surgiram acusações de que o filho da mandatária usou suas conexões políticas para ajudar sua esposa a obter um empréstimo bancário de 10 milhões de dólares.
Na semana passada, Bachelet tentou pôr fim aos escândalos anunciando medidas para regulamentar o financiamento de campanha e estabelecendo uma data para a redação de uma nova Constituição.
A pesquisa entrevistou 1.049 pessoas por telefone entre 7 e 29 de abril, com uma margem de erro de três pontos percentuais.
(Reportagem de Anthony Esposito)